São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2004

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DESARMAMENTO

Balanço ainda era parcial; em São Paulo, foram entregues cem, em troca de indenizações de até R$ 300

Campanha recebe 300 armas no 1º dia

DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA

Ao menos 300 armas foram entregues à Polícia Federal (PF) ontem, no primeiro dia da campanha que paga indenizações de até R$ 300 para quem fizer isso.
O balanço ainda era parcial, porque até as 19h a PF em Brasília ainda não havia obtido os números finais de armas recebidos em todas as delegacias do país.
A PF recebeu cerca de cem armas em todo o Estado de São Paulo, de acordo com o porta-voz, Wagner Castilho. Vinte delas foram entregues na capital, e o restante no interior do Estado.
Na cidade de São Paulo, 62 pessoas procuraram a polícia. As que não entregaram as armas ontem devem fazê-lo nos próximos dias, segundo Castilho.
A campanha foi lançada oficialmente ontem e tem o objetivo de recolher de 70 mil a 80 mil armas até o final deste ano. O valor das indenizações varia de R$ 100 a R$ 300, de acordo com o calibre e o tipo de armamento.

Dívidas no PR
No Paraná, primeiro Estado do país a adotar uma lei do desarmamento, o governo acumula uma dívida de R$ 1,2 milhão de indenizações a cidadãos que entregaram suas armas em troca de prêmio único de R$ 100, neste ano.
De janeiro até junho, a campanha do desarmamento -que não tem ligação com a lançada pelo governo federal- tirou de circulação cerca de 20 mil armas, mas apenas 8.000 foram indenizadas.
A oposição ao governador Roberto Requião (PMDB) chama o atraso de "calote", mas a Delegacia de Armas e Munições, gerenciadora da campanha, credita a maior parte da dívida à burocracia. O cidadão que se desfaz de uma arma no interior tem a promessa de receber o prêmio em 30 dias, mas o tempo só começa a contar depois de o processo dar entrada na delegacia de Curitiba.
Ontem o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Carlos Delazari, disse que o governo vai liberar R$ 500 mil na próxima semana para cobrir a entrega de 5.000 armas.
Nos seis primeiros meses do ano, o gasto estadual com a campanha foi de R$ 2 milhões. Do total, R$ 800 mil se destinaram às bonificações. A maior parte foi empregada em material de divulgação e logística. O dinheiro foi tirado de outros programas da Segurança Pública, já que não havia rubrica específica para esse fim no Orçamento de 2004.
Entre as pessoas ainda com dinheiro a receber estão os policiais civis e militares que apreenderam armas em operações de rotina. A lei sancionada por Requião em dezembro de 2003 garante o prêmio aos policiais, mas os critérios mudaram. Se houver apreensão de até cinco armas em um único mês, por exemplo, a bonificação será parcelada em cinco vezes.
Delazari disse que o Paraná foi parâmetro da adoção da indenização do governo federal, mas que não haverá adaptação estadual à campanha nacional. "A escolha caberá ao cidadão", afirmou. Ele disse que a estrutura das polícias estaduais facilita o recolhimento pelo Estado. "A Polícia Federal não está presente em todas as cidades, como as polícias Militar e Civil estão."
Delazari afirmou ainda que o pagamento de prêmios maiores pela PF não será relevante no Paraná. "Até hoje, nunca recolhemos um fuzil por entrega espontânea", disse o secretário.


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