|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EDUCAÇÃO
Após 50 dias de paralisação, Justiça teria ainda determinado reintegração de posse da administração central
Reitoria da USP corta ponto de grevistas
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
A greve na Universidade de São
Paulo completou 50 dias ontem
com o recrudescimento da repressão ao movimento.
Primeiro, a reitoria da USP
anunciou ontem a determinação
do corte do ponto dos funcionários em greve que atuam nos prédios da administração central do
campus, na Cidade Universitária
-todos cercados por piquetes de
grevistas.
Mais tarde, a reitoria afirmou
que a Justiça havia deferido seu
pedido de reintegração de posse
das unidades de administração
central da Cidade Universitária e
determinado que ela poderá ser
feita com força policial.
A determinação ocorreu depois
que os funcionários em greve da
universidade ignoraram a liminar
concedida pela Justiça no início
do mês que decretava o fim dos
piquetes na USP sob pena de uma
multa diária de R$ 10 mil por ponto de atividade bloqueado pelos
grevistas. Após o não-cumprimento da medida pelos funcionários, a universidade decidiu dar
continuidade ao processo, pedindo que a liminar fosse cumprida.
A reitoria pretende agora estabelecer um prazo de reintegração
pacífica dos prédios cercados
-provavelmente até a próxima
segunda-feira. Os grevistas estão
bloqueando a entrada de funcionários nos prédios da reitoria, da
prefeitura do campus e das coordenadorias da universidade.
"Decidimos que a ordem é resistir", afirma o presidente do sindicato dos funcionários da universidade, Magno de Carvalho.
Por fim, o Cruesp (Conselho
dos Reitores das Universidades
do Estado de São Paulo) suspendeu a rodada de negociações com
o Fórum das Seis (entidade que
representa servidores e funcionários da USP, da Unesp e da Unicamp), prevista para hoje.
"Iniciaram uma coerção ao movimento num péssimo momento,
já que a arrecadação do ICMS
[Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços] está crescendo e o argumento para a falta
de recursos se dissipou no ar",
afirmou Américo Kerr, presidente da Adusp, a associação de docentes da USP.
Os grevistas pedem 9,41% de
reajuste salarial. O Cruesp diz que
as universidades estaduais paulistas têm orçamentos comprometidos com a folha de pagamentos, o
que inviabiliza reajustes.
Texto Anterior: Violência: Empresário é morto em casa por assaltantes Próximo Texto: Panorâmica - Acidente: Sem controle, carro invade calçada e fere 4 Índice
|