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Educadores criticam antecipação de exigências e responsabilidades
DA REPORTAGEM LOCAL
Os educadores não são contra o ensino fundamental de
nove anos. Mas alguns estão
preocupados com a forma como os colégios vêm fazendo a
mudança, que pode trazer prejuízos aos alunos.
Diretora do Instituto Superior de Educação de São Paulo,
Gisela Wajskop, que foi coordenadora do Referencial Curricular da Educação Infantil (documento do MEC com diretrizes
para a pré-escola), é uma delas.
"Está ocorrendo uma antecipação das exigências e das responsabilidades adultas por parte das escolas. Os compromissos, as lições de casa, as avaliações são tantas que beiram a
loucura", afirma.
Organização
Gisela faz questão de frisar
que defende a inclusão de um
ano a mais. "Ele é fundamental
dentro da restruturação das
políticas públicas de educação e
uma criança de seis anos tem
total condição de ser alfabetizada." Mas, para ela, as escolas
precisam se organizar melhor e
entender que não basta só incluir a nova série.
"Aos seis anos, as crianças
precisam brincar, devem ser
estimuladas." A solução, diz,
poderia ser a manutenção do
primeiro ano junto a educação
infantil e não sua mudança para o fundamental.
Da mesma opinião é a pedagoga da PUC-SP, Maria Angela
Barbato Carneiro, do Núcleo de
Cultura, Estudos e Pesquisas
do Brincar. "Um aluno dessa
idade não está preparado para
tantas mudanças."
Sem estresse
Para ela, pais e professores
deveriam deixar as crianças de
seis anos na unidade de educação infantil. "Os resultados seriam melhores e não haveria
estresse", avalia.
Nessa faixa etária, explica a
pedagoga, os alunos aprendem
por descobertas e isso costuma
a ocorrer muito mais do infantil do que no fundamental, considerado conteudista.
"Este novo primeiro ano tem
de ser diferenciado. É preciso,
além de manter a proposta pedagógica e o ritmo do antigo
pré, dar continuidade à rotina",
explica Carneiro.
(DT)
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