São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2008

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Juíza mantém presos 7 acusados de extorsão

Prisão preventiva foi decretada ontem para grupo acusado de extorquir dinheiro de camelôs na Subprefeitura da Mooca

Esquema descoberto pela polícia recolheria mais de R$ 1 milhão por mês de ambulantes irregulares para que pudessem trabalhar


KLEBER TOMAZ
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Justiça de São Paulo decretou ontem a prisão preventiva de dois foragidos e de 7 das 11 pessoas presas na sexta-feira sob a acusação de cobrar propina de camelôs irregulares da zona leste da capital em troca de proteção para que eles pudessem trabalhar.
O pedido havia sido feito ontem pela Polícia Civil, que temia a possibilidade de fuga dos suspeitos, já que o prazo da prisão temporária de cinco dias terminaria à 0h de hoje.
Com a decisão da juíza Maria Fernanda Belli, sete acusados continuarão presos até um possível julgamento, caso não haja a revogação das prisões. Outros dois acusados continuam foragidos. Quatro vendedores ambulantes presos temporariamente na operação de sexta-feira seriam libertados hoje.
Os presos são acusados pela polícia de integrarem duas quadrilhas que usavam a infra-estrutura da Subprefeitura da Mooca, na zona leste, para extorquir mais de R$ 1 milhão por mês dos vendedores ambulantes. De acordo com a investigação, o recebimento da propina era feito por outros camelôs recrutados. O vendedor que não pagasse tinha a mercadoria apreendida pela fiscalização.
À polícia os acusados negaram a extorsão. A Folha não conseguiu localizar os advogados de defesa deles.
Tiveram a prisão preventiva decretada cinco funcionários da subprefeitura (os irmãos Georges Marcelo e Felipe Eivazian, respectivamente assessor do subprefeito Eduardo Odloak e chefe dos fiscais; além dos agentes de apoio fiscal Edson Alves Mosqueira, Ronaldo Correa dos Santos e Nilson Alves de Abreu), um advogado (Leandro Giannasi Ferreira) e três camelôs (João Jorge Cunha, Juvemar Pinto dos Santos e Ademir Batista -os dois últimos procurados).
Com isso, o delegado Luís Storni, da UIP (Unidade de Inteligência Policial), concluiu o inquérito com o indiciamento de 13 pessoas, inclusive as que seriam soltas. O relatório foi encaminhado ao promotor José Carlos Blat, que deverá oferecer a denúncia à Justiça.
"Os funcionários da subprefeitura foram indiciados por concussão [crime cometido por servidores]. Os camelôs são co-autores. Todos foram indiciados por formação de quadrilha", disse Storni.


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