São Paulo, quinta-feira, 16 de julho de 2009

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Mortalidade infantil cai pela metade em SP em 13 anos

Apesar da queda, a taxa de mortes (12,5) ainda é alta se comparada à de países desenvolvidos

Para Ruth Guinsburg, professora da Unifesp, avanços são positivos, "mas ainda há mortes evitáveis, por diarreia e desnutrição"

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A mortalidade infantil caiu pela metade no Estado de São Paulo nos últimos 13 anos (1995-2008), segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde divulgadas ontem.
Os dados mostram que, em 1995, a cada mil bebês nascidos vivos no Estado, 24,5 morriam até o primeiro ano de vida. No ano passado foram 12,5.
A queda é expressiva e segue tendência nacional, mas o índice ainda é alto se comparado com o de países desenvolvidos.
Exemplos: Japão (3), Itália (3), França (4), Canadá (5).
Mesmo na América Latina há dados melhores: Cuba (5), Chile (8) e Costa Rica (10) -índices divulgados pela ONU como estimativas referentes a 2007.
Segundo o secretário da Saúde, Luiz Barradas Barata, com a redução, houve 5.208 óbitos a menos em dez anos no Estado.
O governador José Serra, que participou do evento de divulgação dos dados, disse que o avanço é "extraordinário" e consequência de políticas de ampliação do acesso ao pré-natal e da rede de saneamento básico. "Quando o esgoto não é tratado e aflora, contamina crianças, causa infecções."
Ruth Guinsburg, professora da Unifesp e membro do departamento científico de neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, diz que os avanços são positivos, "mas que ainda há uma série de mortes evitáveis, por diarreia, desnutrição".
A professora destaca que em comparação com o Brasil São Paulo vai bem. No país, segundo o Ministério da Saúde, foram 19,3 mortes em 2007. São Paulo ganha de longe de Alagoas (41,3) e Maranhão (30,07).
Mas perde do Distrito Federal (11,09) e Santa Catarina (12,46).
Uma ressalva importante que deve ser levada em conta nas comparações: União e SP não se entendem sobre os números. Enquanto a gestão Serra diz que em 2007 foram 13 bebês mortos a cada mil, o governo Lula diz que o correto no Estado é 14,61. A União diz que pode ter havido problema na atualização do dado.


Colaborou MARIANA BARROS, da Reportagem Local


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