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Mortalidade infantil cai pela metade em SP em 13 anos
Apesar da queda, a taxa de mortes (12,5) ainda é alta se comparada à de países desenvolvidos
Para Ruth Guinsburg, professora da Unifesp, avanços são positivos, "mas ainda há mortes evitáveis,
por diarreia e desnutrição"
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A mortalidade infantil caiu
pela metade no Estado de São
Paulo nos últimos 13 anos
(1995-2008), segundo informações da Secretaria Estadual de
Saúde divulgadas ontem.
Os dados mostram que, em
1995, a cada mil bebês nascidos
vivos no Estado, 24,5 morriam
até o primeiro ano de vida. No
ano passado foram 12,5.
A queda é expressiva e segue
tendência nacional, mas o índice ainda é alto se comparado
com o de países desenvolvidos.
Exemplos: Japão (3), Itália
(3), França (4), Canadá (5).
Mesmo na América Latina há
dados melhores: Cuba (5), Chile (8) e Costa Rica (10) -índices
divulgados pela ONU como estimativas referentes a 2007.
Segundo o secretário da Saúde, Luiz Barradas Barata, com a
redução, houve 5.208 óbitos a
menos em dez anos no Estado.
O governador José Serra, que
participou do evento de divulgação dos dados, disse que o
avanço é "extraordinário" e
consequência de políticas de
ampliação do acesso ao pré-natal e da rede de saneamento básico. "Quando o esgoto não é
tratado e aflora, contamina
crianças, causa infecções."
Ruth Guinsburg, professora
da Unifesp e membro do departamento científico de neonatologia da Sociedade Brasileira de
Pediatria, diz que os avanços
são positivos, "mas que ainda
há uma série de mortes evitáveis, por diarreia, desnutrição".
A professora destaca que em
comparação com o Brasil São
Paulo vai bem. No país, segundo o Ministério da Saúde, foram 19,3 mortes em 2007. São
Paulo ganha de longe de Alagoas (41,3) e Maranhão (30,07).
Mas perde do Distrito Federal
(11,09) e Santa Catarina (12,46).
Uma ressalva importante
que deve ser levada em conta
nas comparações: União e SP
não se entendem sobre os números. Enquanto a gestão Serra diz que em 2007 foram 13 bebês mortos a cada mil, o governo Lula diz que o correto no Estado é 14,61. A União diz que
pode ter havido problema na
atualização do dado.
Colaborou MARIANA BARROS, da Reportagem
Local
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