São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2010

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JESUS SANTIAGO MOURE (1912-2010)

Padre que se dedicou à ciência

FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma vida dedicada à ciência e à religião, sem nunca misturá-las. Esse era Jesus Santiago Moure, o padre que participou da fundação dos principais órgãos de pesquisa científica no Brasil.
Expoente da geração que lutou para instalar a pós-graduação no país, ele acreditava na produção de conhecimento para destacar o Brasil entre os países emergentes.
Nasceu em 1912, em Ribeirão Preto (SP). Seu pai era mestre de obras e deixou a Espanha para tentar a vida no Brasil com a mulher.
Em 1925, aproximou-se da ciência quando já estudava religião. Estava no Seminário Claretiano, em Curitiba, e tinha como hobby colecionar insetos. As abelhas foram o seu grande objeto de estudo.
Em viagens aos EUA e à Europa nos anos 50, imaginou as bases para a fundação da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
Os sobrinhos gostavam de provocá-lo, fazendo perguntas polêmicas sobre religião e ciência. Ele sempre separou as duas coisas. Em seus sermões, percebia-se apenas a perspicácia do cientista.
Durante anos, realizava missas e, antes das 8h, já estava trabalhando no Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná.
Por seu trabalho, recebeu, entre outras, a medalha Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, em 1998.
Morreu no sábado, aos 97, devido à idade avançada, em Batatais (SP), onde foi viver num retiro de padres.

coluna.obituario@uol.com.br


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