São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2003 |
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ASSISTÊNCIA Abrigos do Sul e Sudeste ganham mais recursos que do Norte e Nordeste Estados ricos concentram verba social
ANTÔNIO GOIS DA SUCURSAL DO RIO Os recursos que o Ministério da Assistência Social repassa aos abrigos para crianças e adolescentes estão concentrados no Sul e no Sudeste, onde há mais instituições cadastradas para receber verbas do que no Norte e no Nordeste. É o que mostra uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgada ontem, no seminário Reordenamento de Abrigos, que aconteceu no Rio de Janeiro. Os dados, relativos a 2002, mostram que os Estados do Sul e do Sudeste, os mais ricos, são privilegiados no número de instituições cadastradas e no valor do repasse que recebem do ministério por meio da rede SAC (Serviços de Ação Continuada). Segundo a pesquisa, 49,3% dos abrigos cadastrados na rede estão no Sudeste, 36,4% somente em São Paulo. A porcentagem cai para 19,2% no Nordeste e no Sul. No Norte, a porcentagem é de 4,5%, contra 7,9% no Centro-Oeste. Ao analisar o recurso repassado (de R$ 35 mensais por criança), o levantamento do Ipea mostra que o Sudeste e o Sul concentram 51,4% dos recursos, contra 40,9% do Norte e do Nordeste, onde há mais alunos atendidos por abrigo do que no resto do país. A média nacional é de 30 crianças por abrigo. O número é superior no Norte (média de 51,4) e no Nordeste (50,6). Só ficam abaixo da média nacional o Sudeste (22,6) e o Sul (21,4) - que recebem mais recursos da rede SAC. "Para receber os recursos do ministério, é preciso atender a uma série de requisitos. Os Estados do Sul e do Sudeste podem ter instituições mais organizadas, com Conselhos da Criança e do Adolescente já instalados e atuantes", explica a coordenadora da pesquisa, Enid Rocha. A secretária de política de assistência social do ministério, Nelma Azeredo, afirma que o governo pretende diminuir essa concentração aumentando os repasses para municípios com menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) nos próximos anos. Texto Anterior: Reincidência é de 2%, diz Cenapa Próximo Texto: Pobreza leva crianças a abrigo Índice |
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