São Paulo, segunda-feira, 16 de agosto de 2004

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DIRCEU DE MELLO

Para Mello, a atual direção é "amadora"

DA REPORTAGEM LOCAL

Dirceu de Mello sugere aumentar oferta em certos cursos e reduzir mensalidades para reequilibrar finanças da PUC.

Folha - Em que aspectos a sua proposta para a reitoria rompe com a atual administração?
Dirceu de Mello -
A minha crítica se coloca no plano administrativo. Hoje, tendo em vista a concorrência que existe, a administração tem de ser profissional. Parece que essa universidade tem sido dirigida de forma amadorística porque não chegou aos resultados que esperávamos. Vendo as outras universidades prosperando, crescendo, expandindo seus campi, e comparando com a situação da nossa, concluo que essa não é uma administração profissional.

Folha - Em seu documento de diretrizes gerais, o senhor sugere a ampliação de vagas em cursos de maior demanda para solucionar a crise financeira. O que seria feito com os cursos menos procurados?
Mello -
Esse programa foi apresentado no momento em que registrei a campanha e não conhecia todas as dificuldades da universidade. Ali eu coloquei algumas idéias. Mas nós não podemos partir para o fechamento dos programas deficitários porque a PUC tem um objetivo acima das preocupações mercantilistas, e a existência desses cursos enobrece a universidade. Então, não penso em extinguir os cursos menos procurados, mas podemos reduzir suas mensalidades para torná-los mais atrativos.

Folha - A ampliação de vagas é a melhor solução para a crise?
Mello -
Nós temos inúmeras propostas nesse terreno. Em primeiro lugar, uma atenção maior na condução dos interesses econômicos da universidade. Em segundo, a valorização do nosso nome, com cursos em outros Estados. O nome PUC é mágico, é uma chave que abre todas as portas no campo acadêmico. Não temos utilizado esses meios para a captação de recursos.

Folha - Uma de suas propostas, a instalação de catracas nos campi com o argumento da segurança, tem gerado polêmica...
Mello -
Mas é uma proposta. Temos um dado real que é a criminalidade. O reitor vai ter que pensar nisso. Eu proponho que se faça algo antes que o pior aconteça. Mas também quero que a coletividade se manifeste.

Folha - O senhor afirmou que, antes, a PUC não tinha o "corpo" -ou seja, as instalações- das outras entidades, mas tinha "alma". Porém as outras estão ganhando "alma" também. A PUC está perdendo seu status?
Mello -
Não. O perigo está nos rondando. Quando eu ia nessas faculdades e via sua pujança, usava essa comparação de corpo e alma. Agora, elas estão crescendo e muitos dos professores que têm são titulados na PUC. Precisamos ficar atentos para a nossa referência não ser comprometida.

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