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ALDA CABRAL DE MONLEVADE (1914-2009)
Uma professora de várias cidades de SP
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Alda Cabral de Monlevade,
professora que educou crianças em várias cidades do interior de SP, só conheceu
Luiz, funcionário da extinta
Cia. Paulista de Estradas de
Ferro, porque ele perdeu o
trem e decidiu pegar a jardineira que ela costumava tomar, em Pirassununga (SP).
Casaram-se em 1941. Alda
lecionava "trabalhos manuais e economia doméstica" em colégios do Estado.
Por um tempo, morou em
Campinas (SP) e trabalhou
numa escola em Fernandópolis (SP). Demorava 14 horas de sua casa até o serviço.
"Ela ia de trem e ficava três
dias fora para dar aula. Só então voltava para Campinas",
lembra a filha Sylvia, procurado aposentada.
Formou ainda alunos em
cidades de SP como Porto
Ferreira, Vera Cruz, Tupã,
Americana e Campinas.
Se alguém porventura fizesse comentários sobre o
fato de ela ter um marido 15
anos mais velho, brincava:
"Prefiro ser boneca de velho
do que peteca de moço".
A filha conta que a mãe foi
uma pessoa realizada e estava sempre "a frente do seu
tempo". Dirigia, por exemplo, numa época em que mulher no volante ainda não era
tão comum.
Natural de Maruim (SE),
adorava viajar com família e
amigos e visitar os parentes
em sua terra natal. Quando
um neto fazia dez anos, ela o
levava para um cruzeiro.
Viúva desde 1973, morreu
no último domingo, aos 95,
de falência de órgãos. Teve
três filhos e seis netos.
coluna.obituario@uol.com.br
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