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Fiocruz incentiva cultivo de plantas medicinais no Rio para uso popular
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Plantas medicinais podem
ser remédios até para combater a pobreza, mesmo que indiretamente. A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) adotou
as últimas áreas agrícolas do
município do Rio para produzir plantas medicinais, que
servem de base para fitoterápicos (medicamentos obtidos
de matérias-primas vegetais).
Cerca de cem famílias, que
viviam apenas do cultivo de
caqui e banana, na zona oeste,
estão sendo preparados para
diversificar a produção. Nos
próximos meses, eles começarão a plantar guaco (para
doenças respiratórias), espinheira-santa (problemas de
estomacais) e canjiru (para
fins dermatológicos).
O projeto faz parte do programa nacional de plantas
medicinais e fitoterápicos,
coordenado pelo Ministério
da Saúde e aprovado em dezembro do ano passado.
O programa pretende garantir aos consumidores
acesso seguro e uso racional
de plantas medicinais, além
de promover o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional
entre outras coisas. O trabalho no Rio quer dar qualidade
para a produção nacional.
""Queremos oferecer insumo de qualidade para as indústrias farmacêuticas, as
farmácias de manipulação e o
SUS [Sistema Único de Saúde], além de dar mais uma opção para os agricultores gerarem renda", diz a bióloga Sandra Magalhães, coordenadora
do projeto. O início da produção no Rio com a qualidade da
Fiocruz está previsto para o
final de 2010. Atualmente,
pesquisadores e produtores
discutem formas de implantação do trabalho.
SUS
Os produtores fitoterápicos estão ganhando espaços
no país. Em fevereiro, o Ministério da Saúde divulgou
uma lista com 71 plantas que
poderão ser usadas como medicamentos fitoterápicos pelo SUS. As plantas escolhidas
atuam no combate a inflamações, hipertensão, infecções
na garganta, úlceras, vermes,
diarreia, osteoporose, entre
outros problemas.
A ideia é que a relação sirva
de base para uma ampliação
do número de fitoterápicos
hoje financiados com verba
federal. Até agora, dois fitoterápicos, feitos a partir do guaco e da espinheira-santa, estão na lista de medicamentos
comprados com a verba do
ministério. O objetivo é que,
até o final deste ano, oito fitoterápicos entrem para a relação do SUS.
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