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SP suspende projeto com vale-reforço
Programa de tutoria previa bolsa para alunos tutores e vale-presente para frequentadores de aulas extras
Projeto foi alvo de polêmica depois que Folha revelou que previa prêmio a aluno com mau desempenho
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
O secretário da Educação,
Paulo Renato Souza, decidiu
adiar projeto que prevê pagamento de R$ 50, em vale-presente, a estudantes que participarem de atividades de reforço em matemática.
Paulo Renato vai reunir
hoje sua equipe para discutir
a decisão. "É um projeto que
está muito cru. Temos de
amadurecer mais, discutir
mais com a sociedade. Precisamos convencer as pessoas
antes de implantá-lo", disse
ontem. "Está havendo polêmica desnecessária."
Os alunos que receberiam
o reforço seriam escolhidos
entre os que possuem notas
baixas, conforme informou a
Folha semana passada. O
vale-presente buscava incentivar a participação nas
atividades, que não seriam
obrigatórias.
Educadores criticaram a
ideia. Uma das principais
ponderações era o fato de
premiar alunos com baixo
desempenho -o que poderia
incentivar as notas baixas.
APOIO
Apesar de suspender o
programa, o secretário da
Educação afirma que continua apoiando a proposta.
"Ela não é nem minha. É
uma proposta do BID [Banco
Interamericano de Desenvolvimento] e da Fipe, que já foi
testada em vários lugares.
Acho que pode ser testada
também aqui."
Mesmo apoiando o teste
do projeto, Paulo Renato disse que ficará surpreso se o
pagamento der resultado.
"Seria uma surpresa se esse
projeto desse um resultado
espetacular. Se funcionar,
será uma beleza."
A proposta, chamada Multiplicando Saber, é um projeto-piloto, que pretende atender 1.200 alunos do ensino
fundamental. Eles receberiam sessões tira-dúvidas,
dadas por 400 bons alunos
do ensino médio, duas vezes
por semana, por 90 dias.
O pupilo que não faltassem a nenhuma atividade
ganharia vale de R$ 50, a serem gastos em livros, CDs ou
cadernos. O vale-presente foi
instituído devido ao temor de
que os alunos tivessem muitas faltas ou até desistissem.
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