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SAÚDE
Hospital do Câncer vai vacinar 60 pacientes que tenham melanoma nos gânglios; tratamento deve durar cinco anos
SP testa vacina para vencer câncer de pele
CARLA CONTE
da Reportagem Local
O Centro de Tratamento e Pesquisa Hospital do Câncer de São
Paulo está testando uma vacina
contra câncer de pele em pacientes
vítimas do melanoma. Apesar de
ser chamada de vacina, ela não
previne a doença -tenta controlar ou reduzir o tumor.
Segundo Débora Castanheira
Pereira da Silva, cirurgiã oncológica do departamento de tumores
de pele do hospital e coordenadora da pesquisa, a vacina só pode
ser usada por pacientes que têm o
melanoma nos gânglios (região
pélvica, das axilas e pescoço).
O melanoma pode se apresentar
em forma de pinta. Dependendo
do tumor, ele pode se multiplicar e
atingir outras regiões do corpo,
como os gânglios, cérebro, pulmões e fígado -processo chamado de metástase.
Também há os casos em que o
tumor nem chega a se manifestar
em forma de pinta -já aparece,
por exemplo, nos gânglios.
Dos seis pacientes que já começaram a tomar a vacina, um teve
sua doença controlada. Em outro
caso, houve progressão do câncer
-a vacina ainda não fez efeito. No
total, 60 pacientes tomarão seis
doses, em quatro meses, e serão
acompanhados por cinco anos.
O medicamento é feito a partir
das células do tumor do paciente.
Por meio de uma cirurgia, é retirado o gânglio tumoral e as células
são dissociadas. Segundo o médico Rogério Izar Neves, que também participa da pesquisa, elas
voltam ao organismo com a capacidade de "chamar mais atenção" do sistema imunológico para que o corpo se defenda melhor.
A vacina não desencadeou até o
momento nenhum efeito colateral
significativo. Após tomar a vacina,
o paciente pode ter vermelhidão
no local da aplicação e febre baixa,
que não passa 37,5C.
Megavax
Há outra vacina contra o melanoma -Megavax- , que aguarda
liberação do Ministério da Saúde.
Ao contrário da vacina feita pelo
Hospital do Câncer, o medicamento -industrializado (ou seja,
não será "personalizado")- só
poderá ser aplicado nos pacientes
que já tiveram câncer para evitar
que o tumor reapareça.
O remédio deverá ser usado em
70 países das Américas do Norte e
Sul, Europa e Oceania, que participaram da elaboração do protocolo internacional da vacina.
No Brasil, três centros médicos
-entre eles o Hospital do Câncer- deverão aplicar a Megavax.
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