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BILHETE VENCIDO
Segurança insuficiente no aeroporto teria facilitado a ação de quadrilhas de migração clandestina e contrabando
Procuradoria aponta falhas em Cumbica
DA REPORTAGEM LOCAL
Falhas na segurança do Aeroporto Internacional de São Paulo,
conhecido como aeroporto de
Cumbica, em Guarulhos (Grande
SP), facilitaram a ação das quadrilhas que operavam, naquele local,
esquemas de migração clandestina e contrabando, informou ontem o Ministério Público Federal.
Até ontem, 54 pessoas tinham sido presas temporariamente, entre
elas agentes da Polícia Federal e
funcionários da Receita Federal.
Segundo os sete procuradores
designados para acompanhar as
operações Canaã (migração) e
Overbox (contrabando) da Polícia Federal, não há controle adequado sobre a entrada de terceiros na área de desembarque internacional, por exemplo, e a quantidade de câmeras do circuito interno de segurança, especialmente
nos guichês de emigração, é insuficiente. Além disso, elas estariam
em posicionamento inadequado.
A Infraero, que cuida da segurança, informou que só irá se manifestar quando for oficialmente
informada dos problemas.
Outro problema verificado é a
falta de controle, pelas companhias aéreas, da restituição de bagagens. O coordenador do setor
de segurança do Snea (Sindicato
Nacional das Empresas Aeroviárias) rechaçou a necessidade dessa fiscalização. "Não há em nenhum lugar do mundo", disse
Ronaldo Jekins.
Os procuradores criticaram ainda a ausência de controle, pela Receita, da origem de passageiros internacionais. Os problemas da alfândega e das companhias aéreas,
segundo afirmam em texto enviado à reportagem, "propiciou às
quadrilhas ocultar a origem das
malas trazidas do exterior".
Segundo o Ministério Público,
as quadrilhas intermediavam não
só migrações para os EUA como
para países europeus. As investigações começaram em razão de
informações do governo dos EUA
sobre a suposta entrada ilegal de
cubanos em seu país por meio do
esquema do aeroporto.
No caso do contrabando, os
procuradores informaram que, a
cada quatro dias, malas vindas da
China com mercadorias eram liberadas ilegalmente por fiscais da
Receita Federal.
(FABIANE LEITE)
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