São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BILHETE VENCIDO

Segurança insuficiente no aeroporto teria facilitado a ação de quadrilhas de migração clandestina e contrabando

Procuradoria aponta falhas em Cumbica

DA REPORTAGEM LOCAL

Falhas na segurança do Aeroporto Internacional de São Paulo, conhecido como aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP), facilitaram a ação das quadrilhas que operavam, naquele local, esquemas de migração clandestina e contrabando, informou ontem o Ministério Público Federal. Até ontem, 54 pessoas tinham sido presas temporariamente, entre elas agentes da Polícia Federal e funcionários da Receita Federal.
Segundo os sete procuradores designados para acompanhar as operações Canaã (migração) e Overbox (contrabando) da Polícia Federal, não há controle adequado sobre a entrada de terceiros na área de desembarque internacional, por exemplo, e a quantidade de câmeras do circuito interno de segurança, especialmente nos guichês de emigração, é insuficiente. Além disso, elas estariam em posicionamento inadequado.
A Infraero, que cuida da segurança, informou que só irá se manifestar quando for oficialmente informada dos problemas.
Outro problema verificado é a falta de controle, pelas companhias aéreas, da restituição de bagagens. O coordenador do setor de segurança do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) rechaçou a necessidade dessa fiscalização. "Não há em nenhum lugar do mundo", disse Ronaldo Jekins.
Os procuradores criticaram ainda a ausência de controle, pela Receita, da origem de passageiros internacionais. Os problemas da alfândega e das companhias aéreas, segundo afirmam em texto enviado à reportagem, "propiciou às quadrilhas ocultar a origem das malas trazidas do exterior".
Segundo o Ministério Público, as quadrilhas intermediavam não só migrações para os EUA como para países europeus. As investigações começaram em razão de informações do governo dos EUA sobre a suposta entrada ilegal de cubanos em seu país por meio do esquema do aeroporto.
No caso do contrabando, os procuradores informaram que, a cada quatro dias, malas vindas da China com mercadorias eram liberadas ilegalmente por fiscais da Receita Federal. (FABIANE LEITE)


Texto Anterior: Há 50 anos
Próximo Texto: Panorâmica - Saúde privada: Golden Cross e Amil vão cobrar reajuste maior
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.