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Escritor narrou história parecida em autobiografia
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
Filho de um casal de classe média alta da zona sul do Rio, ele se
viciou em cocaína aos 12 anos. Para sustentar o vício, furtava jóias e
dinheiro dos pais e assaltava nas
ruas. Foi internado várias vezes, e
várias vezes voltou a usar drogas.
Igual à de Pedro Dom, a história
acima é de Fred Pinheiro, 41, que,
com ajuda do tio escritor Ivan
Sant'Anna, ele contou no livro
"Bicho Solto", lançado em agosto.
A diferença está no final.
"Eu tive a consciência de que
não haveria retorno e consegui
parar. Senão, o fim seria o mesmo
[de Dom]. Ou morreria de overdose", conta Pinheiro, que há 20
anos não usa drogas e tem hoje
uma joalheria em Búzios.
Pinheiro não acha que a morte
de Dom deva servir a discursos
moralistas. "Não digo se ele estava
certo ou errado. Mas é um fato:
quer ir nesse caminho, o final é esse", diz ele, para quem mortes como a de Dom podem "funcionar
como um alerta" para outros jovens. "[As mortes] vão deixando
bem claro que raramente se encontra um bandido velho."
Pinheiro não chegou ao mesmo
nível de envolvimento com traficantes a que chegou Pedro Dom
nem cometeu assaltos da mesma
dimensão. Mas ele assume que estava trilhando o mesmo caminho.
"Para bancar o vício, que é caro,
aumenta seu comprometimento
com a marginalidade." Ver o fim
de pessoas que estavam no mesmo caminho o ajudou a querer
mudar de rota. "Um deles acabou
no porta-malas de um carro, com
50 tiros e um monte de facadas."
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