São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 2005

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Escritor narrou história parecida em autobiografia

LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

Filho de um casal de classe média alta da zona sul do Rio, ele se viciou em cocaína aos 12 anos. Para sustentar o vício, furtava jóias e dinheiro dos pais e assaltava nas ruas. Foi internado várias vezes, e várias vezes voltou a usar drogas.
Igual à de Pedro Dom, a história acima é de Fred Pinheiro, 41, que, com ajuda do tio escritor Ivan Sant'Anna, ele contou no livro "Bicho Solto", lançado em agosto. A diferença está no final.
"Eu tive a consciência de que não haveria retorno e consegui parar. Senão, o fim seria o mesmo [de Dom]. Ou morreria de overdose", conta Pinheiro, que há 20 anos não usa drogas e tem hoje uma joalheria em Búzios.
Pinheiro não acha que a morte de Dom deva servir a discursos moralistas. "Não digo se ele estava certo ou errado. Mas é um fato: quer ir nesse caminho, o final é esse", diz ele, para quem mortes como a de Dom podem "funcionar como um alerta" para outros jovens. "[As mortes] vão deixando bem claro que raramente se encontra um bandido velho."
Pinheiro não chegou ao mesmo nível de envolvimento com traficantes a que chegou Pedro Dom nem cometeu assaltos da mesma dimensão. Mas ele assume que estava trilhando o mesmo caminho.
"Para bancar o vício, que é caro, aumenta seu comprometimento com a marginalidade." Ver o fim de pessoas que estavam no mesmo caminho o ajudou a querer mudar de rota. "Um deles acabou no porta-malas de um carro, com 50 tiros e um monte de facadas."


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