São Paulo, sábado, 16 de setembro de 2006

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Museu do Ipiranga quer anexo nos Bombeiros

Proposta prevê ocupar prédio vizinho ao local para ampliar área de exposição

Segundo pesquisadora, apenas 20% de todo o acervo do local está exposto hoje; meta é ampliar para 50% após as obras

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

Abrir todo o prédio do museu do Ipiranga para visitação, instalar dois elevadores para permitir a entrada de deficientes e abrigar a área administrativa em edifício ocupado atualmente pelo Corpo de Bombeiros.
Essas são algumas propostas da diretoria do Museu Paulista da USP -nome oficial do museu do Ipiranga-, que acaba de concluir um projeto para sua ampliação. Atualmente "estrangulado", o museu, um dos mais visitados do país, não possui espaço suficiente para mostrar adequadamente o acervo.
"Acreditamos também que o prédio do museu, com toda a sua beleza arquitetônica, mereça ser visto na íntegra pelos visitantes", diz a diretora Eni de Mesquita Samara.
Segundo ela, após dois anos de estudo, chegou-se à idéia de usar o prédio vizinho, hoje ocupado pelos bombeiros, para abrigar as áreas de administração e as peças da reserva técnica. Dessa forma, não seria preciso desmatar nenhuma área do parque da Independência, onde o museu está localizado.
As salas hoje fechadas para visitação poderiam ser liberadas para o público após a ampliação. Segundo a pesquisadora do museu Heloisa Barbuy, apenas 20% de todo o acervo está exposto atualmente. A meta é ampliar o valor para 50%.
"Hoje, os 20% são bem representativos do acervo, mas o ideal é que possam ser feitas reciclagens periódicas", disse.

Lembo
O governador Cláudio Lembo (PFL) disse ser favorável à ampliação do museu e que dará início à obra, que precisará ser continuada na próxima gestão.
"O mais complicado é resolver a questão dos Bombeiros. No local existe uma piscina para treinamento em profundidade, e precisaríamos encontrar outro espaço adequado no bairro do Ipiranga. Vou conversar com o comandante-geral da PM para verificar a possibilidade e encontrar um equilíbrio."
A estimativa é que sejam gastos R$ 30 milhões nas obras. "É um projeto de longo prazo, para dez anos", afirma Eni. Os recursos serão captados com a iniciativa privada.

Subterrâneo
Em razão de o prédio dos bombeiros ficar próximo ao museu, o projeto do Escritório Paulistano de Arquitetura prevê fazer uma ligação subterrânea entre os dois prédios.
A intenção é abrir, nessa ala subterrânea, um espaço para exposições temporárias -que hoje praticamente não acontecem por causa da falta de espaço. A ala terá pé direito duplo e uma clarabóia para a entrada de luz natural no recinto.
O projeto também inclui a colocação de dois elevadores atrás do museu, externos ao prédio, para garantir o acesso de portadores de deficiência a todos os andares. Hoje, cadeirantes só conseguem visitar o piso térreo, já que os visitantes precisam ir de um andar a outro por escadas.
Os elevadores ficarão na parte posterior do edifício, para que a fachada do prédio não seja alterada. Foi estudada a possibilidade de eles ficarem na área interna, mas poderiam abalar a estrutura do prédio.
Para abrigar a área administrativa do museu e guardar as peças da reserva, o edifício dos Bombeiros seria ampliado de dois para três pavimentos. Continuaria, porém, mais baixo que o prédio do museu, para não influir na paisagem.


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