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Museu do Ipiranga quer anexo nos Bombeiros
Proposta prevê ocupar prédio vizinho ao local para ampliar área de exposição
Segundo pesquisadora,
apenas 20% de todo o acervo do local está exposto hoje; meta é ampliar
para 50% após as obras
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Abrir todo o prédio do museu
do Ipiranga para visitação, instalar dois elevadores para permitir a entrada de deficientes e
abrigar a área administrativa
em edifício ocupado atualmente pelo Corpo de Bombeiros.
Essas são algumas propostas
da diretoria do Museu Paulista
da USP -nome oficial do museu do Ipiranga-, que acaba de
concluir um projeto para sua
ampliação. Atualmente "estrangulado", o museu, um dos
mais visitados do país, não possui espaço suficiente para mostrar adequadamente o acervo.
"Acreditamos também que o
prédio do museu, com toda a
sua beleza arquitetônica, mereça ser visto na íntegra pelos visitantes", diz a diretora Eni de
Mesquita Samara.
Segundo ela, após dois anos
de estudo, chegou-se à idéia de
usar o prédio vizinho, hoje ocupado pelos bombeiros, para
abrigar as áreas de administração e as peças da reserva técnica. Dessa forma, não seria preciso desmatar nenhuma área
do parque da Independência,
onde o museu está localizado.
As salas hoje fechadas para
visitação poderiam ser liberadas para o público após a ampliação. Segundo a pesquisadora do museu Heloisa Barbuy,
apenas 20% de todo o acervo
está exposto atualmente. A meta é ampliar o valor para 50%.
"Hoje, os 20% são bem representativos do acervo, mas o
ideal é que possam ser feitas reciclagens periódicas", disse.
Lembo
O governador Cláudio Lembo (PFL) disse ser favorável à
ampliação do museu e que dará
início à obra, que precisará ser
continuada na próxima gestão.
"O mais complicado é resolver a questão dos Bombeiros.
No local existe uma piscina para treinamento em profundidade, e precisaríamos encontrar
outro espaço adequado no bairro do Ipiranga. Vou conversar
com o comandante-geral da
PM para verificar a possibilidade e encontrar um equilíbrio."
A estimativa é que sejam gastos R$ 30 milhões nas obras. "É
um projeto de longo prazo, para dez anos", afirma Eni. Os recursos serão captados com a
iniciativa privada.
Subterrâneo
Em razão de o prédio dos
bombeiros ficar próximo ao
museu, o projeto do Escritório
Paulistano de Arquitetura prevê fazer uma ligação subterrânea entre os dois prédios.
A intenção é abrir, nessa ala
subterrânea, um espaço para
exposições temporárias -que
hoje praticamente não acontecem por causa da falta de espaço. A ala terá pé direito duplo e
uma clarabóia para a entrada
de luz natural no recinto.
O projeto também inclui a
colocação de dois elevadores
atrás do museu, externos ao
prédio, para garantir o acesso
de portadores de deficiência a
todos os andares. Hoje, cadeirantes só conseguem visitar o
piso térreo, já que os visitantes
precisam ir de um andar a outro por escadas.
Os elevadores ficarão na parte posterior do edifício, para
que a fachada do prédio não seja alterada. Foi estudada a possibilidade de eles ficarem na
área interna, mas poderiam
abalar a estrutura do prédio.
Para abrigar a área administrativa do museu e guardar as
peças da reserva, o edifício dos
Bombeiros seria ampliado de
dois para três pavimentos.
Continuaria, porém, mais baixo que o prédio do museu, para
não influir na paisagem.
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