São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 2011

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Parecia pista de bate-bate, afirma vítima

Sobreviventes de acidente com cerca de 300 veículos na Imigrantes relatam momentos de desespero no meio da estrada

'Tinha gente gritando, quebrando as janelas', conta passageiro de ônibus que colidiu com caminhão na rodovia


Robson Ventura/Folhapress
Cabine de carreta destruída após acidente na rodovia

DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA FOLHA
DE SANTOS


Uma pista com carrinhos de bate-bate. "Um brecava e o outro batia atrás. Carros voavam pelo canteiro da estrada." Assim o motoboy Edson Antônio Bispo dos Santos descreve o que viu no km 41 da Imigrantes. Ontem, dia em que fez 24 anos, o motoboy disse que nasceu de novo.
Destacado para uma entrega em Araçariguama, a 53 km de SP, ele ia no sentido capital entre muita neblina, a 40 km/h. Queria voltar cedo a Santos para comemorar o aniversário com a namorada.
Ele se lembra de quando os carros começaram a bater. Tentou pegar o corredor entre os carros, mas foi fechado e acabou batendo e caindo no meio da pista. Teve medo. Um caminhão foi em sua direção, mas conseguiu frear em cima.
Ele foi atendido por uma equipe de resgate e levado do local do acidente. Teve luxação nos dedos da mão esquerda e vários hematomas.
O arquiteto Marcos Szafir, 83, estava num ônibus da Rápido Brasil que colidiu com um caminhão. "Tinha gente gritando, quebrando janela."
Ele afirma que acordou com o barulho e as pancadas dos carros. "Dei uma sorte danada. Estava com cinto de segurança", afirma.
O caminhão atingido pelo ônibus, pegou fogo.
"Não dava pra ver meio metro à frente", diz Alexsander Mania, 34, caminhoneiro. Ele cortou a cabeça.

CRIANÇAS CHORANDO
O técnico em relógio de ponto Derek Zainelli, 43, conta que estava a 50 km/h no meio da neblina sem enxergar nada. "Vi de repente os carros à minha frente baterem. Consegui frear, mas o que vinha atrás bateu em mim e me jogou para cima de uma perua. Só escutei um monte de carros batendo."
Zainelli diz que, ao sair do carro, ouviu uma mulher gritando por socorro porque a filha estava nas ferragens.
"Corri com um outro rapaz para socorrê-la. Passei por um carro cheio de crianças ensanguentadas, chorando. Colocamos as pessoas mais feridas numa lona num dos canteiros", conta.
(ALENCAR IZIDORO, ELTON BEZERRA, FELIPE CARUSO, RICARDO GALLO e ROGÉRIO PAGNAN)


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