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SEGURANÇA
Ivan Raimundi Barbosa, acusado de envolvimento em rede de corrupção, foi transferido para prisão em Avaré
Policial é isolado após ameaça a testemunha
DA REPORTAGEM LOCAL
O policial investigado por ter
supostamente ameaçado uma
testemunha por telefone, a partir
do presídio da Polícia Civil, em
São Paulo, foi transferido ontem
para a Penitenciária de Avaré 1,
no interior do Estado, onde ficará
isolado -a exemplo de líderes de
organizações criminosas.
O investigador Ivan Raimundi
Barbosa é o primeiro policial civil
a ser incluído em uma unidade
sob regime disciplinar diferenciado, que prevê isolamento inicial
de dez dias, sem direito a visita,
incluindo a do advogado, banho
de sol limitado e individual, e permanência em celas separadas.
A transferência foi solicitada pela Corregedoria da Polícia Civil,
após a denúncia de coação, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária.
O policial, que está preso, teria
ligado na última sexta-feira para o
dono da transportadora onde trabalha a testemunha, querendo
marcar um encontro no presídio
e alegando que ela "estava falando
demais". Essa funcionária, segundo a Promotoria, ajudou a identificar as vozes dos policiais e deu
detalhes dos pagamentos de propina que a empresa teria feito.
Barbosa está entre os dez policiais denunciados pelo Ministério
Público sob acusação de envolvimento em uma rede de corrupção, descoberta a partir dos grampos que revelaram os negócios de
Roberto Eleutério da Silva, o Lobão, que seria o maior contrabandista de cigarros do país.
Anteontem, a juíza Ivana David
Boriero, do Dipo (Departamento
de Inquéritos Policiais), recebeu a
lista das ligações feitas do número
de celular fornecido pelo dono da
transportadora. A relação, segundo o Gaeco (Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime
Organizado), mostra que o aparelho usou a torre de transmissão da
região do presídio da Polícia Civil,
no Carandiru (zona norte de SP).
Ontem, o advogado de Barbosa,
Francisco Lobo da Costa Ruiz, 50,
disse que entraria com mandado
de segurança para reverter a
transferência, que considera irregular porque o investigador tem
direito a ficar em prisão especial.
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