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São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2003

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SEGURANÇA

Ivan Raimundi Barbosa, acusado de envolvimento em rede de corrupção, foi transferido para prisão em Avaré

Policial é isolado após ameaça a testemunha

DA REPORTAGEM LOCAL

O policial investigado por ter supostamente ameaçado uma testemunha por telefone, a partir do presídio da Polícia Civil, em São Paulo, foi transferido ontem para a Penitenciária de Avaré 1, no interior do Estado, onde ficará isolado -a exemplo de líderes de organizações criminosas.
O investigador Ivan Raimundi Barbosa é o primeiro policial civil a ser incluído em uma unidade sob regime disciplinar diferenciado, que prevê isolamento inicial de dez dias, sem direito a visita, incluindo a do advogado, banho de sol limitado e individual, e permanência em celas separadas.
A transferência foi solicitada pela Corregedoria da Polícia Civil, após a denúncia de coação, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária.
O policial, que está preso, teria ligado na última sexta-feira para o dono da transportadora onde trabalha a testemunha, querendo marcar um encontro no presídio e alegando que ela "estava falando demais". Essa funcionária, segundo a Promotoria, ajudou a identificar as vozes dos policiais e deu detalhes dos pagamentos de propina que a empresa teria feito.
Barbosa está entre os dez policiais denunciados pelo Ministério Público sob acusação de envolvimento em uma rede de corrupção, descoberta a partir dos grampos que revelaram os negócios de Roberto Eleutério da Silva, o Lobão, que seria o maior contrabandista de cigarros do país.
Anteontem, a juíza Ivana David Boriero, do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais), recebeu a lista das ligações feitas do número de celular fornecido pelo dono da transportadora. A relação, segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), mostra que o aparelho usou a torre de transmissão da região do presídio da Polícia Civil, no Carandiru (zona norte de SP).
Ontem, o advogado de Barbosa, Francisco Lobo da Costa Ruiz, 50, disse que entraria com mandado de segurança para reverter a transferência, que considera irregular porque o investigador tem direito a ficar em prisão especial.


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