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Pais têm de controlar filhos, afirma médico
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de concordar que os
brindes dados pelas redes de
fast food estimulam o consumo
dos alimentos calóricos, o endocrinologista do hospital Sírio-Libanês José Marcondes
também credita a responsabilidade pelo consumo dos produtos à própria família.
"A propaganda tanto funciona que continua sendo usada.
Mas é a família quem leva a
criança na lanchonete."
"O desenvolvimento da obesidade vai depender também
do que a criança come nos outros dias. Se em casa ela tem um
hábito alimentar saudável, comer na lanchonete uma vez por
semana não será um problema", diz o médico.
"É uma corresponsabilidade", afirma a coordenadora-executiva do Idec, Lisa Gunn.
No entanto, ela pondera: "É
difícil quando você é pai e seu
filho é assediado com brinquedos. É uma competição meio
desleal. Você procura que ele
tenha hábitos alimentares saudáveis, mas tem o apelo daquele boneco. É difícil ficar dizendo não o tempo todo".
A conselheira do Conselho
Federal de Psicologia, Roseli
Goffman, lembra que os pais
também estão acostumados
com a publicidade, o que ajuda
a tornar as crianças mais suscetíveis aos produtos: "Precisamos considerar que os pais dessas crianças já foram submetidos à publicidade".
Isabella Henrique, coordenadora-geral do projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana -ONG que trabalha em defesa dos direitos das crianças-,
também concorda que o controle é um dever da família.
"Mas também é do Estado e
da sociedade", diz. Ela defende
proibição da propaganda para
crianças menores de 12 anos.
"A criança não deve ser convidada pela publicidade para ir
sempre lá [na lanchonete]."
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