São Paulo, sábado, 16 de outubro de 2010

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Pedestres formam comboio para evitar usuários de crack

Consumidores da droga ocupam alça do Minhocão na estação Santa Cecília e assustam os trabalhadores

Comando Geral da PM diz, em nota, que a área do elevado "tem sido objeto de especial atenção" da corporação

Apu Gomes/Folhapress
Usuário de crack atira maçã contra fotógrafo perto da estação Santa Cecília do metrô

DE SÃO PAULO

Por conta da um novo local de consumo usado diariamente por viciados em crack, trabalhadores que circulam pela região da estação Santa Cecília do metrô (centro) têm se mobilizado para andar em "comboios" e cruzar a área.
Há cerca de três meses, usuários de crack escolheram a alça de saída do elevado Costa e Silva, o Minhocão, que dá acesso à rua Ana Cintra, bem ao lado de um dos mais movimentados acessos da estação, para fumar a droga, segundo comerciantes.
No início da noite de ontem, a Folha contou 53 usuários no local, que fica ao lado de um terminal de ônibus.
Segundo a copeira Lourdes de Souza, 40, ela e suas colegas adotaram a tática de andar em grupo para evitar o assédio dos viciados.
"Pela manhã, a gente combina um horário na saída do metrô e só atravessa no sentido da [av.] São João quando estamos em duas ou três pessoas conhecidas. À tarde, quando eles têm mais vontade da droga, os viciados ficam mais em cima, atrás de arrumar qualquer centavo para comprar crack", conta.
Comerciantes dizem ter sentido pequena queda no movimento. Segundo eles, as pessoas têm andado com muito mais pressa para evitar o assédio dos viciados.
Um dos mais velhos do grupo (muitos são crianças, com no máximo 14 anos de idade), Ricardo Luís Almeida, 43, disse que a opção de fumar crack no Minhocão se deve ao fato de a polícia passar pouco pela região.
O Comando Geral da PM disse, por nota, que a área do Minhocão "tem sido objeto de especial atenção do comando de policiamento com a realização de operações específicas naquela região".


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