São Paulo, sexta, 16 de outubro de 1998

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"'Medo' do código passou"

da Folha Ribeirão

Para o especialista Roberto Scaringella, 58, o "medo" inicial do Código Brasileiro de Trânsito passou e os motoristas voltaram a dirigir de modo imprudente.
"Primeiro, as pessoas ficaram assustadas com as mudanças, mas percebendo que somente as multas estavam em vigor, voltaram à performance antiga."
Scaringella, que também é presidente do Instituto Nacional de Segurança no Trânsito, chegou à conclusão baseado no aumento dos acidentes e das mortes no trânsito urbano em 93 municípios da região de Ribeirão Preto.
Em fevereiro, por exemplo, no primeiro mês de aplicação da lei, a Polícia Militar registrou 2.499 acidentes, 642 feridos e sete mortos -a menor marca desde 97.
Em agosto, último mês totalizado pela PM, houve 3.164 acidentes, 860 feridos e 22 mortes, quase o mesmo patamar de antes do código. Em agosto do ano passado, por exemplo, foram 25 mortes.
O atual código começou a ser aplicado pela polícia em 22 de janeiro, amparado na publicidade de que seria mais "severo" ao punir os infratores. Porém, a partir de março, as ocorrências começaram a aumentar e quase alcançaram os índices de 97 na região.
Para o engenheiro Antonio Clóvis Coca Pinto Ferraz, do Departamento de Transportes da USP de São Carlos, a falta de fiscalização prejudicou o código. "Não acho que a culpa seja da PM, mas falta contingente e equipamentos para melhorar a fiscalização."



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