São Paulo, sexta, 16 de outubro de 1998

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Preso é resgatado em saída de PS

MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

O preso Lindomar Osmar de Moura, 31, condenado por roubo, que estava detido na carceragem do Depatri (Departamento de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio), foi resgatado por desconhecidos na saída do PS de Santana (zona norte de SP), onde foi levado ontem à tarde por policiais para receber atendimento.
Junto com Moura estava outro preso condenado por roubo, Abrahão Venâncio, 24, que estava armado e foi baleado na cabeça após atirar contra os policiais.
O Depatri instaurou procedimento para apurar como Venâncio teria deixado a carceragem portando um revólver calibre 38, que foi apreendido pela polícia após o resgate.
Segundo o delegado-assistente da 1ª Delegacia de Crimes contra o Patrimônio do Depatri, Marcelo Teixeira Lima, que registrou o caso, Venâncio saiu armado da prisão. "Há fortes indícios de que carcereiros facilitaram a fuga."
Ontem era o dia de policiais da 1ª delegacia realizarem a escolta de presos da carceragem.
Alegando que tinham problemas de estômago e necessitavam atendimento médico, Moura e Venâncio foram autorizados a ser levados sob escolta para receber atendimento médico no pronto-socorro.
Segundo Lima, após serem revistados por carcereiros, os dois foram conduzidos, às 12h30, ao PS por três policiais da 1ª delegacia.
Sem que as algemas fossem retiradas, segundo Lima, os presos receberam atendimento médico e foram liberados às 13h15.
Quando eles saíram do hospital, os policiais foram recebidos a tiros por quatro desconhecidos que estavam em duas motos.
"E o Venâncio, por incrível que pareça, mesmo algemado, sacou uma arma de dentro das calças e atirou contra os policiais, que revidaram", disse Lima.
Moura fugiu em uma das motos com os desconhecidos e Venâncio foi ferido na cabeça e socorrido pelos policiais no PS do Tatuapé. Nenhum policial ficou ferido.
Venâncio e Moura responderão por fuga mediante violência, tentativa de homicídio e resistência a prisão, segundo Lima.
O delegado Lima acredita que, além da arma, Venâncio tenha usado celulares dentro da carceragem para articular o resgate.
O delegado Wilson Di Rienzo, supervisor da carceragem do Depatri, disse que os presos foram revistados antes da saída ao PS.
Rienzo disse que os policiais do Depatri é que deveriam ter revistado os presos na saída. Lima nega e afirma que qualquer revista é atribuição dos carcereiros.
Segundo Lima, Venâncio, que estaria fora de perigo, seria transferido para a Penitenciária do Estado, no Carandiru (zona norte).



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