DA REPORTAGEM LOCAL

Na cidade de São Paulo, os motoboys são campeões no desrespeito às leis de trânsito. Uma pesquisa do engenheiro Horácio Augusto Figueira, com uma amostra de quase 56 mil veículos, realizada entre 2001 e 2002 com ajuda dos alunos da Universidade Anhembi Morumbi, mostrou: 40,80% dos motociclistas que fazem entrega estacionam sobre a faixa de pedestres e passam no semáforo vermelho; 67% não dão seta.
O alto número de infrações pode explicar, em parte, a grande quantidade de mortes de motoboys -31% de todos os óbitos registrados em 2002, para um grupo que representa só 8% da frota.
Em segundo lugar nesse ranking estão os motociclistas particulares. Desses, 27,18% não respeitam o farol e a faixa de pedestres. Os carros oficiais (ambulâncias, carros policiais, de órgãos municipais ou estaduais, descontados os com a sirene ligada) ficam em terceiro lugar (17,32%). Em seguida, vêm ônibus (13,97%), caminhões (15,12%), táxis (11,89%) e lotações (10,26%).
Entre os carros particulares, esse índice é menor -5,92% desrespeitam semáforo vermelho e faixa de pedestres. Porém, 38% se esquecem de usar a seta.
"Poucas infrações são multadas. É comum encontrar pessoas que se vangloriam de serem ótimas no trânsito porque nunca foram multadas, mas isso não quer dizer nada", diz Figueira. A maneira mais eficiente de modificar o comportamento no trânsito, segundo ele, é aumentar a sensação de vigilância. "O motorista precisa sentir que pode ser multado a qualquer momento. Não adianta o fiscal ficar todos os dias, nos mesmos horários, nas mesmas avenidas. O motorista já sabe que ali tem vigilância e procura se conter, mas é só virar o quarteirão que volta a cometer as infrações."
Ele defende uma outra metodologia para a fiscalização, baseada em um rodízio de fiscais em diversos pontos. Seria um modo, diz, de abranger um número maior de locais e surpreender os motoristas infratores.


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