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PANTANAL
Marina visitou Campo Grande
Ministra afirma ter parecer contra usina
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
A ministra Marina Silva (Meio
Ambiente) disse ontem em Campo Grande que estava preparando
e enviaria provavelmente hoje à
Assembléia Legislativa de Mato
Grosso do Sul parecer contrário à
instalação de usinas de álcool no
Pantanal, mas que o documento
"não chegou a tempo" de evitar a
morte do ambientalista Francisco
Anselmo Gomes de Barros, 65.
Franselmo, como era conhecido
o ambientalista, morreu no domingo, cerca de 22 horas após
atear fogo ao próprio corpo durante protesto em Campo Grande
(MS) contra o projeto de instalação de usinas na bacia do Alto Paraguai, onde fica o Pantanal.
O projeto foi enviado à Assembléia em agosto passado pelo governador José Orcírio Miranda
dos Santos, o Zeca do PT, do mesmo partido da ministra.
Na avaliação do governo do Estado, o projeto não afetará o Pantanal, situado na planície, pois
permitirá a instalação de usinas
de álcool apenas na região de planalto, em locais distantes no mínimo um quilômetro dos rios e
com segurança contra acidentes.
A ministra não foi recebida por
Zeca do PT, que ontem descansava justamente no Pantanal.
Estudo
Segundo a ministra, "há 15 ou
20 dias" o ministério fazia um estudo sobre a proposta a pedido da
própria Assembléia. "O meu chefe-de-gabinete me disse que eu assinaria [ontem o documento] e
seria encaminhado provavelmente na quarta-feira [hoje]" com parecer contrário, disse ela.
Como a ministra informou que
o documento estava pronto, a reportagem pediu cópia. A assessoria informou que Marina ainda
fazia anotações no parecer.
Marina visitou Iracema, 67, viúva de Franselmo, que chorou e
justificou o ato do marido: "Vamos respeitar a decisão dele".
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