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ENGENHARIA DO CRIME
Dois policiais civis e um policial militar estão entre os suspeitos
Morte de ladrão do BC tem mais nomes
ALEXANDRE HISAYASU
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais dois policiais civis e um
policial militar foram identificados pela Polícia Civil como suspeitos de participar do seqüestro e
assassinato de Luiz Fernando Ribeiro -conhecido como Fê ou
Fernandinho-, acusado de participar do furto de R$ 164,8 milhões do Banco Central de Fortaleza, em agosto. Ainda nesta semana, será pedida a prisão temporária dos acusados à Justiça.
Já estão presos desde 27 de outubro, sob acusação de envolvimento com o crime, o agente policial Sérgio Antonio dos Santos e o
ex-escrivão Renato Cristovão.
Eles, em depoimento à polícia, negaram as acusações.
Ribeiro foi seqüestrado no dia 7
de outubro, em Pinheiros (zona
oeste). A família pagou o resgate
de R$ 2 milhões. O dinheiro foi
entregue aos criminosos por um
advogado em um posto de gasolina da rodovia Raposo Tavares. O
corpo do rapaz só foi localizado
no dia 20, em Minas Gerais.
Zona sul
Todos os policiais civis acusados trabalham em delegacias da
periferia da zona sul de São Paulo
subordinadas ao Decap (departamento responsável pelos distritos
policiais da capital).
O caso é investigado pelo Deic
(Departamento de Investigação
sobre o Crime Organizado) com o
acompanhamento da Corregedoria da Polícia Civil.
Ribeiro, segundo as investigações, tinha pontos-de-venda de
drogas no Capão Redondo (zona
sul) e investiu cerca de R$ 300 mil
no furto ao BC para a construção
do túnel usado pela quadrilha.
Ele ficou com pelo menos R$ 20
milhões, segundo a polícia. Desse
dinheiro, "investiu" R$ 5 milhões
na compra de carros para lavar o
dinheiro. Outros R$ 5 milhões teriam sido usados na compra de
uma casa de alto padrão no Morumbi (zona oeste).
Os veículos eram de uma loja localizada na avenida Professor Vicente Rao (zona sul). O dono seria
o irmão de um traficante conhecido como Chicha.
Logo após o negócio, ainda segundo as investigações, Ribeiro se
desentendeu com o dono da loja,
que acionou o traficante -que,
por sua vez, chamou os policiais
acusados para matar o rapaz.
Os policiais decidiram também,
de acordo com o Deic, seqüestrar
Ribeiro e exigir pagamento de
resgate. Após a entrega do dinheiro, que foi arrecadado entre os envolvidos no furto ao BC, os acusados teriam matado Ribeiro.
Policiais do Deic foram até a loja
do irmão de Chicha. O estabelecimento foi vendido e os dois estão
desaparecidos.
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