São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 2005

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ENGENHARIA DO CRIME

Dois policiais civis e um policial militar estão entre os suspeitos

Morte de ladrão do BC tem mais nomes

ALEXANDRE HISAYASU
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais dois policiais civis e um policial militar foram identificados pela Polícia Civil como suspeitos de participar do seqüestro e assassinato de Luiz Fernando Ribeiro -conhecido como Fê ou Fernandinho-, acusado de participar do furto de R$ 164,8 milhões do Banco Central de Fortaleza, em agosto. Ainda nesta semana, será pedida a prisão temporária dos acusados à Justiça.
Já estão presos desde 27 de outubro, sob acusação de envolvimento com o crime, o agente policial Sérgio Antonio dos Santos e o ex-escrivão Renato Cristovão. Eles, em depoimento à polícia, negaram as acusações.
Ribeiro foi seqüestrado no dia 7 de outubro, em Pinheiros (zona oeste). A família pagou o resgate de R$ 2 milhões. O dinheiro foi entregue aos criminosos por um advogado em um posto de gasolina da rodovia Raposo Tavares. O corpo do rapaz só foi localizado no dia 20, em Minas Gerais.

Zona sul
Todos os policiais civis acusados trabalham em delegacias da periferia da zona sul de São Paulo subordinadas ao Decap (departamento responsável pelos distritos policiais da capital).
O caso é investigado pelo Deic (Departamento de Investigação sobre o Crime Organizado) com o acompanhamento da Corregedoria da Polícia Civil.
Ribeiro, segundo as investigações, tinha pontos-de-venda de drogas no Capão Redondo (zona sul) e investiu cerca de R$ 300 mil no furto ao BC para a construção do túnel usado pela quadrilha.
Ele ficou com pelo menos R$ 20 milhões, segundo a polícia. Desse dinheiro, "investiu" R$ 5 milhões na compra de carros para lavar o dinheiro. Outros R$ 5 milhões teriam sido usados na compra de uma casa de alto padrão no Morumbi (zona oeste).
Os veículos eram de uma loja localizada na avenida Professor Vicente Rao (zona sul). O dono seria o irmão de um traficante conhecido como Chicha.
Logo após o negócio, ainda segundo as investigações, Ribeiro se desentendeu com o dono da loja, que acionou o traficante -que, por sua vez, chamou os policiais acusados para matar o rapaz.
Os policiais decidiram também, de acordo com o Deic, seqüestrar Ribeiro e exigir pagamento de resgate. Após a entrega do dinheiro, que foi arrecadado entre os envolvidos no furto ao BC, os acusados teriam matado Ribeiro.
Policiais do Deic foram até a loja do irmão de Chicha. O estabelecimento foi vendido e os dois estão desaparecidos.


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