São Paulo, segunda-feira, 16 de novembro de 2009

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Houve falha, mas não ação de hacker, diz ONS

Hermes Chipp, diretor-geral do órgão, afirma que procurou ajuda de especialistas na área para consertar problema

Alguém sempre pode entrar [no site]. Mas a rede corporativa é separada da rede operacional, afirmou o dirigente

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de perceber que seu site na internet estava vulnerável ao ataque de criminosos virtuais, o Operador Nacional do Sistema Elétrico procurou ajuda da própria comunidade de inteligência nessa área e consertou várias falhas na sexta. O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, explicou para a Folha o processo. (FR)

 

FOLHA - O que ocorreu no site?
HERMES CHIPP - Houve uma falha. Corrigimos. Não existe um sistema que tenha risco zero. Cada vez que acontece [a descoberta de um ponto vulnerável], a gente reavalia. Nós não somos perfeitos. Alguém sempre pode entrar. Mas a rede corporativa é separada da rede operacional. Ocorre que não estamos isentos nem existe solução perfeita.

FOLHA - Como se achou a falha?
CHIPP - Uma pessoa noticiou em um blog e nós verificamos. Corrigimos o problema com a ajuda da comunidade de segurança de informações, especialistas em tecnologia. O sistema estava respondendo com uma mensagem de erro de maneira indevida. Isso não existe mais.

FOLHA - O ONS detectou se houve alguma invasão ao sistema?
CHIPP - Não houve registro de invasão nem há registro de tentativa de invasão.

FOLHA - Não deveria ter havido um trabalho preventivo?
CHIPP - Foi e está sendo feito. O que ocorre é que há também muitos tentando descobrir uma forma de penetrar no sistema. E sempre estamos nos aperfeiçoando. Mas quem disser que tem 100% de proteção contra hackers está mentindo.

FOLHA - A vulnerabilidade no sistema permitia a uma pessoa má intencionada modificar as informações do banco de dados do ONS.
CHIPP - Qualquer alteração de dados é checada. Todos os comandos operacionais são dados por voz e ficam gravados.

FOLHA - Sim, mas a ordem por voz é dada com base nos dados do sistema. Se os dados são alterados, não pode ocorrer de uma ordem ser dada indevidamente?
CHIPP - Não, porque temos uma atualização de dados a cada meia hora. São 48 atualizações por dia. Quem está envolvido percebe quando ocorre alguma mudança brusca.

FOLHA - No caso do apagão, qual a chance de o sistema do ONS ter sido atacado por meio da internet?
CHIPP - Nenhuma. Já está esclarecida a razão do blecaute.

FOLHA - Alguém poderia ter sabotado o sistema de controle?
CHIPP - Não há evidência de dados trocados no nosso sistema. Além disso, para provocar tal acidente, a troca de dados teria de ser de tal magnitude que nunca passaria sem ser notada.


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