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BARBARA GANCIA
Um 2006 sem afogar em números
É bom aproveitar as festas de
Natal para criar ânimo. O
ano que vem é de eleições presidenciais e convém ficar de olhos
bem abertos para o rumo que o
suado dinheiro do contribuinte
irá tomar.
Para colocar em perspectiva o
que nos espera, é bom lembrar
que, em março deste ano, quando
as articulações visando as eleições
de 2006 ainda engatinhavam,
Guido Mantega, recém-empossado como presidente do BNDES, liberou US$ 107 milhões para as
obras do metrô da capital venezuelana, Caracas.
Logo em seguida, Mantega engavetou um pedido de empréstimo, de US$ 150 milhões, feito pelo
governador Geraldo Alckmin para a construção de nova linha do
metrô paulistano.
Note que, em 2004, o mesmo
BNDES, que vem a ser o maior
banco de fomento do país, havia
liberado R$ 490 milhões para que
a prefeitura de Marta Suplicy
construísse os dois túneis das avenidas Rebouças e Cidade Jardim e
os corredores de ônibus (que seriam inutilizados com a construção do metrô) entregues à população às pressas na véspera das
últimas eleições municipais.
Em 2006, a precaução do eleitor
deve ser redobrada. Olho vivo: em
ano de eleição presidencial, será
que o governo vai deixar que a
crise da Varig siga seu curso natural em direção ao abismo?
Por mais que o vice José Alencar, agora com pretensões presidenciais, queira imprimir sua
marca nacionalista para salvar a
companhia, não existem soluções
mágicas.
Diante de dívidas e contingências trabalhistas da ordem de R$
9 bilhões, acumuladas em anos e
anos de má gestão, não há plano
ou montagem de negócio por parte de qualquer empresário oportunista que possa salvar a Varig
de ir para o beleléu.
Ou será que o nobre leitor acha
que vale a pena continuar a bolar
saídas artificiais para premiar a
ineficiência e a não-rentabilidade
da Viação Aérea Rio-Grandense
com dinheiro que, no fim das contas, vai acabar saindo, de um jeito
ou de outro, do nosso bolso?
Para entender o quão enredadas têm sido as soluções encontradas para o salvamento da Varig, vale lembrar que o empresário Nelson Tanure, que tenta adquirir a maioria da FRB Participações, controladora da Varig,
vem a ser inadimplente no
BNDES e não pode obter financiamento da instituição.
Despeço-me do meu querido
leitor desejando um feliz Natal e
um 2006 de saúde e realizações.
Esta coluna voltará a ser publicada no dia 6 de janeiro.
QUALQUER NOTA
Nota preta
O uísque Johnnie Walker está
comemorando 200 anos com
uma tiragem exclusiva de 200
garrafas numeradas (de 750
ml). Alguns exemplares estão
sendo vendidos no Brasil por
R$ 60 mil. Considerando que
são 15 doses por garrafa, cada
dose sai por R$ 4.000. Note que
R$ 60 mil compram 800 garrafas de qualquer escocês bom.
Mundo cão
Esta é mais feia do que bater na
mãe no dia de Natal: na última
quarta-feira, no Rio de Janeiro,
uma aposentada de 96 anos foi
vítima de estupro por parte de
um menino de 13 anos. A mulher foi socorrida por PMs.
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