São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 2006

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Câmara elege presidente e comemora aumento

Com o reajuste aprovado no Congresso, vereadores deverão ganhar R$ 13.781,25

Antonio Carlos Rodrigues (PR), o novo presidente, diz não ter um projeto; líder do governo entra na Mesa em troca de deixar a função

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em clima de festa, a Câmara Municipal de São Paulo elegeu ontem a Mesa Diretora que vai comandar a Casa até 2008. O clima festivo ficou por conta do fim do ano -houve um almoço de confraternização depois da eleição, oferecido por Adilson Amadeu (PTB), com direito a bacalhau, tender, cabrito e pernil-, do acordo que contemplou todas as bancadas na eleição da Mesa e, principalmente, pela notícia do aumento salarial dos vereadores.
O Congresso Nacional aprovou um aumento de 90,81% -de R$ 12.840,20 para R$ 24,5 mil- nos salários dos deputados federais e senadores. Pela Constituição, um deputado estadual ganha até 75% do salário do federal. O vereador, por sua vez, ganha até 75% do salário do deputado estadual.
Assim, o salário dos vereadores passará dos atuais R$ 7.155 para R$ 13.781,25 e será maior que o do prefeito Gilberto Kassab (PFL), de R$ 9.635. Roberto Tripoli (sem partido), atual presidente da Câmara, criticou a medida. "Essa "cascata" vai prejudicar muito o Brasil. Tem Câmaras que trabalham uma vez por semana, à noite, e vão ter os salários reajustados também", disse. Ele afirmou, porém, que o aumento será repassado aos vereadores, já que o reajuste é automático.
Oficialmente, o presidente eleito Antonio Carlos Rodrigues (PR) disse que analisará o caso, mas não deverá se opor. Advogados divergem sobre o assunto. Para Márcio Camarossano e Ricardo Chenquer, os vereadores têm direito ao reajuste. Já Fábio Konder Comparato, coordenador do Fórum da Cidadania para a Reforma Política, da OAB, considera que o aumento só é válido para a próxima legislatura, em 2009.
O vereador Celso Jatene (PTB) disse que gostaria que a Câmara optasse por não repassar o aumento. "Mas acho difícil", disse. Ele criticou a decisão dos deputados e senadores.
Sônia Francine (PT), a Soninha, afirmou que o aumento não pode ser automático. "É preciso ter um ato da Mesa, alguém tem de subscrever isso." Ela é contra o reajuste e disse que vai doar a diferença para entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.

Sem projeto
Rodrigues disse que não tem um projeto para sua gestão na Câmara. "Eu não tenho prioridades. Vou ouvir todos os membros da Mesa, e aí vamos ter uma diretriz, tentar ter uma prioridade para a Casa." A única novidade na nova Mesa foi a escolha de Gilson Barreto (PSDB) para a segunda secretaria. O indicado do PSDB seria Adolfo Quintas, mas Barreto foi escolhido de última hora como um prêmio de consolação, pois será destituído da liderança do governo.
Kassab ainda não indicou seu novo líder, mas tudo indica que será Carlos Apolinário (PDT), que tem exercido a função na prática nos últimos dias.


Colaborou DIEGO ZANCHETTA , do "Agora"

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