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Câmara elege presidente e comemora aumento
Com o reajuste aprovado no Congresso, vereadores deverão ganhar R$ 13.781,25
Antonio Carlos Rodrigues (PR), o novo presidente, diz não ter um projeto; líder do governo entra na Mesa em troca de deixar a função
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Em clima de festa, a Câmara
Municipal de São Paulo elegeu
ontem a Mesa Diretora que vai
comandar a Casa até 2008.
O clima festivo ficou por conta do fim do ano -houve um almoço de confraternização depois da eleição, oferecido por
Adilson Amadeu (PTB), com
direito a bacalhau, tender, cabrito e pernil-, do acordo que
contemplou todas as bancadas
na eleição da Mesa e, principalmente, pela notícia do aumento
salarial dos vereadores.
O Congresso Nacional aprovou um aumento de 90,81%
-de R$ 12.840,20 para R$ 24,5
mil- nos salários dos deputados federais e senadores. Pela
Constituição, um deputado estadual ganha até 75% do salário
do federal. O vereador, por sua
vez, ganha até 75% do salário
do deputado estadual.
Assim, o salário dos vereadores passará dos atuais R$ 7.155
para R$ 13.781,25 e será maior
que o do prefeito Gilberto Kassab (PFL), de R$ 9.635.
Roberto Tripoli (sem partido), atual presidente da Câmara, criticou a medida. "Essa
"cascata" vai prejudicar muito o
Brasil. Tem Câmaras que trabalham uma vez por semana, à
noite, e vão ter os salários reajustados também", disse. Ele
afirmou, porém, que o aumento
será repassado aos vereadores,
já que o reajuste é automático.
Oficialmente, o presidente
eleito Antonio Carlos Rodrigues (PR) disse que analisará o
caso, mas não deverá se opor.
Advogados divergem sobre o
assunto. Para Márcio Camarossano e Ricardo Chenquer, os
vereadores têm direito ao reajuste. Já Fábio Konder Comparato, coordenador do Fórum da
Cidadania para a Reforma Política, da OAB, considera que o
aumento só é válido para a próxima legislatura, em 2009.
O vereador Celso Jatene
(PTB) disse que gostaria que a
Câmara optasse por não repassar o aumento. "Mas acho difícil", disse. Ele criticou a decisão
dos deputados e senadores.
Sônia Francine (PT), a Soninha, afirmou que o aumento
não pode ser automático. "É
preciso ter um ato da Mesa, alguém tem de subscrever isso."
Ela é contra o reajuste e disse
que vai doar a diferença para
entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
Sem projeto
Rodrigues disse que não tem
um projeto para sua gestão na
Câmara. "Eu não tenho prioridades. Vou ouvir todos os
membros da Mesa, e aí vamos
ter uma diretriz, tentar ter uma
prioridade para a Casa."
A única novidade na nova
Mesa foi a escolha de Gilson
Barreto (PSDB) para a segunda
secretaria. O indicado do PSDB
seria Adolfo Quintas, mas Barreto foi escolhido de última hora como um prêmio de consolação, pois será destituído da liderança do governo.
Kassab ainda não indicou seu
novo líder, mas tudo indica que
será Carlos Apolinário (PDT),
que tem exercido a função na
prática nos últimos dias.
Colaborou DIEGO ZANCHETTA , do "Agora"
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