São Paulo, domingo, 16 de dezembro de 2007

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Boqueirão e Piatã, em Salvador, são lembradas em protesto

DA REDAÇÃO

No Boqueirão, em Praia Grande, é possível ver, em tempo real, o futuro desanimador das praias maravilhosas e vazias que o Brasil ainda tem.
A chapuletada é do jornalista e historiador Eduardo Bueno, que votou na praia paulista, a 86 km da capital, em protesto.
Outra personalidade que se rebelou foi a colunistada Folha Danuza Leão. Para ela, Piatã, em Salvador, era a praia mais bonita do país -assim mesmo, com o verbo no passado, pois hoje, segundo Danuza, as areias de Piatã lembram o caos da 25 de Março, rua de comércio popularem São Paulo.

Mamonas Assassinas
Ao justificar o voto, Bueno explicou: "Não, não, não é por ter sido tema da música dos Mamonas Assassinas, muito menos por ficar quase ao lado de onde João Ramalho naufragou, em 1508, e bem próxima do local onde Martim Afonso de Sousa ancorou, em 1532, dando origem à ocupação portuguesa de São Paulo.
A praia do Boqueirão é a mais linda em sentido metafórico: representa, exemplarmente, o que temos feito com nosso litoral. Encontramos praias maravilhosas e vazias -e deixamo-as para trás,cheias e imundas."
E que dica dá ao turista que for até lá? "Percorra os esgotos a céu aberto, os meandros de córregos poluídos, palmilhe a areia cinzenta; contemple o paredão de prédios medonhos. Se o desespero for demasiado, espaireça assobiando o clássico dos Mamonas...", diz ele, acrescentando que há décadas achava a praia "legal".

Nada mais
O tom de protesto de Danuza é mas mais saudosista: "O mar era manso, na temperatura ideal, havia barraquinhas vendendo camarão frito na hora, caranguejo cozido e cerveja muito gelada; e precisa mais?". Não, só precisava ter tido mais carinho. "Hoje parece a 25 de Março nas vésperas do Natal". (SC,TM,HLEMDV)

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