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Lutador é condenado por agredir 2 pessoas
Pitboy que espancou vítima de acidente e motorista que parou para ajudar pegou sete anos de prisão
PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
BRUNA SANIELE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O lutador de jiu-jítsu Mário
Sérgio de Lago Ramos Neto, 27,
que em outubro de 2006 provocou um acidente na estrada que
vai para Piedade (99 km de São
Paulo) e, depois, espancou a vítima e o motorista que parou
para prestar socorro, foi condenado a pouco mais de sete anos
de prisão.
Seu advogado, Waldir José
Tardelli, disse que vai recorrer
da sentença e conseguiu um habeas corpus para que Netão, como seu cliente é conhecido,
possa aguardar o julgamento
em liberdade.
Usuário de maconha, segundo seu advogado, o pitboy é sobrinho do vice-prefeito de Piedade, Marlis do Lago (PHS), e
primo da vereadora Cristina do
Lago (PSDB).
Ultrapassagem
O acidente aconteceu quando Netão efetuou uma arriscada ultrapassagem com sua camionete Mitsubishi L200 e bateu de frente com o Ômega de
Manoel Soares da Silva, 41.
Ao descer para prestar socorro, o vendedor Fernando Rodrigo Monteleoni de Moraes,
27, que passava na hora, foi espancado pelo pitboy até ficar
desacordado.
Nos dias seguintes, sofreu
uma cirurgia para a retirada de
um coágulo do cérebro e passou
mais de dois meses na UTI.
Perdeu o olfato e até hoje toma
anticonvulsivos diariamente.
Silva, que estava preso nas
ferragens do Ômega, também
foi esmurrado por Netão. Perdeu o carro, que não estava no
seguro. "Vendi por R$ 3.000",
diz ele, que move processos paralelos contra Netão.
De acordo com a sentença
publicada na sexta-feira, o lutador foi condenado por três crimes: não prestar socorro à vítima e por agressões a Moraes e a
Silva. Ele estava com a carteira
de habilitação vencida e teve o
direito de dirigir suspenso por
quatro anos.
Segundo o advogado Tardelli,
Netão "foi agressivo na hora do
acidente porque seu filho estava machucado no banco de trás
da camionete, e ele ficou nervoso". O lutador foi preso, mas
não por causa do acidente e sim
por porte ilegal de arma e drogas. Ficou na cadeia durante
apenas sete meses.
Tardelli compara: "O Fernando está muito bem, ele passou só um mês no hospital, enquanto o Neto ficou sete meses
na cadeia".
Para Moraes e Silva, os sete
anos da condenação foram
pouquíssimo. "O que revolta é
ainda darem a ele o direito de
aguardar um novo julgamento
em liberdade", diz Moraes.
"Todo mundo sabe que ele é
um marginal, mas deixam o cara solto", queixa-se Silva.
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