São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 2008

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Lutador é condenado por agredir 2 pessoas

Pitboy que espancou vítima de acidente e motorista que parou para ajudar pegou sete anos de prisão

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
BRUNA SANIELE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O lutador de jiu-jítsu Mário Sérgio de Lago Ramos Neto, 27, que em outubro de 2006 provocou um acidente na estrada que vai para Piedade (99 km de São Paulo) e, depois, espancou a vítima e o motorista que parou para prestar socorro, foi condenado a pouco mais de sete anos de prisão.
Seu advogado, Waldir José Tardelli, disse que vai recorrer da sentença e conseguiu um habeas corpus para que Netão, como seu cliente é conhecido, possa aguardar o julgamento em liberdade.
Usuário de maconha, segundo seu advogado, o pitboy é sobrinho do vice-prefeito de Piedade, Marlis do Lago (PHS), e primo da vereadora Cristina do Lago (PSDB).

Ultrapassagem
O acidente aconteceu quando Netão efetuou uma arriscada ultrapassagem com sua camionete Mitsubishi L200 e bateu de frente com o Ômega de Manoel Soares da Silva, 41.
Ao descer para prestar socorro, o vendedor Fernando Rodrigo Monteleoni de Moraes, 27, que passava na hora, foi espancado pelo pitboy até ficar desacordado.
Nos dias seguintes, sofreu uma cirurgia para a retirada de um coágulo do cérebro e passou mais de dois meses na UTI. Perdeu o olfato e até hoje toma anticonvulsivos diariamente.
Silva, que estava preso nas ferragens do Ômega, também foi esmurrado por Netão. Perdeu o carro, que não estava no seguro. "Vendi por R$ 3.000", diz ele, que move processos paralelos contra Netão.
De acordo com a sentença publicada na sexta-feira, o lutador foi condenado por três crimes: não prestar socorro à vítima e por agressões a Moraes e a Silva. Ele estava com a carteira de habilitação vencida e teve o direito de dirigir suspenso por quatro anos.
Segundo o advogado Tardelli, Netão "foi agressivo na hora do acidente porque seu filho estava machucado no banco de trás da camionete, e ele ficou nervoso". O lutador foi preso, mas não por causa do acidente e sim por porte ilegal de arma e drogas. Ficou na cadeia durante apenas sete meses.
Tardelli compara: "O Fernando está muito bem, ele passou só um mês no hospital, enquanto o Neto ficou sete meses na cadeia".
Para Moraes e Silva, os sete anos da condenação foram pouquíssimo. "O que revolta é ainda darem a ele o direito de aguardar um novo julgamento em liberdade", diz Moraes.
"Todo mundo sabe que ele é um marginal, mas deixam o cara solto", queixa-se Silva.


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