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Ministro cita Dantas ao criticar prisão de pichadora
Vannuchi lembrou que ela está há 50 dias na cadeia e que empresário ficou "muito menos'
Caroline está detida por ter pichado sala da bienal em SP; Daniel Dantas, acusado de corrupção, ficou preso por apenas três dias
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao falar sobre violações dos
direitos humanos em conferência nacional sobre o tema,
ontem, o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de
Direitos Humanos, defendeu a
libertação de Caroline Pivetta
da Mota, 24, detida há mais de
50 dias por ter pichado uma parede na 28ª Bienal Internacional de São Paulo.
Vannuchi comparou, diante
do presidente Lula e de outros
ministros, a prisão dela com a
do banqueiro Daniel Dantas.
"Ela está presa há 50 dias
porque grafitou uma sala da
Bienal de São Paulo, numa situação em que chamava de intervenção. O Daniel Dantas ficou preso muito menos tempo
e por irregularidades muito
maiores", disse, aplaudido na
seqüência pelo auditório.
Daniel Dantas é dono do
Grupo Opportunity e acusado
de crimes como lavagem de dinheiro e corrupção. A Justiça
expediu dois mandados de prisão contra Dantas -ele ficou
detido dois dias na primeira vez
e um dia na segunda-, na Operação Satiagraha, da PF.
Nas duas prisões, o banqueiro foi favorecido por habeas
corpus concedido pelo presidente do Supremo Tribunal
Federal, Gilmar Mendes.
Caroline, integrante do grupo Sustos, foi presa com mais
40 pessoas no dia 26 de outubro ao "pintar" com spray o
prédio da Bienal, no parque Ibirapuera. Em denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual, é acusada de se associar a "milicianos" para "destruir dependências do prédio".
Na última sexta, o desembargador Fernando Matallo, da 14ª
Câmara de Direito Criminal de
São Paulo, negou pedido de habeas corpus de Caroline.
"Eu me identifico com o vazio. Sentia falta de alguma coisa
na minha vida, fazia coisas e nada cobria aquilo. Sentia um buraco. Comecei a pichar, foi tapando aos poucos", afirmou
Caroline sobre a prática.
Participaram ainda da 11ª
Conferência Nacional dos Direitos Humanos os ministros
Dilma Rousseff (Casa Civil),
Tarso Genro (Justiça), Paulo
Bernardo (Planejamento), José
Gomes Temporão (Saúde), Nilcéa Freire (Políticas para as
Mulheres), Jorge Hage (Controladoria Geral da União),
Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) e Edson Santos
(Igualdade Racial), além do
presidente da Câmara, Arlindo
Chinaglia (PT-SP).
(LUCAS FERRAZ E RENATA GIRALDI)
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