FÁBIO TAKAHASHI
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Os trabalhos para retirar o corpo de Valéria Alves Marmit, 37, localizado na tarde de anteontem, exigiram, apenas ontem, mais de oito horas de trabalho ininterrupto das equipes de busca. Seu corpo estava preso a uma viga de ferro entre a van soterrada e os escombros e seu pé, preso no interior da van.
O corpo foi retirado às 20h30 de ontem, quando foi oficialmente identificado pela Secretaria da Segurança de São Paulo. Antes, por meio de impressão digital, a identificação já havia sido feita.
Para o resgate, quatro bombeiros trabalharam a 28 metros do chão -eles se revezavam em um espaço de apenas um m2. Segundo o capitão Mauro Takara, do Corpo de Bombeiros, a bacharel em direito estava sentada no último banco da van.
Para ele, é improvável haver sobreviventes: "Não há possibilidade de uma pessoa prensada ainda ter um bolsão de ar [para respirar]".
Hoje, os bombeiros pretendem resgatar o motorista do caminhão da obra, Francisco Sabino Torres, 40, que estaria soterrado abaixo de dois caminhões que estão na superfície. Para chegar até ele, os bombeiros querem seguir por um túnel da marginal Pinheiros.
As equipes de resgate trabalham com a hipótese de haver mais cinco vítimas soterradas pela terra e destroços -o motorista e o cobrador da van, além de Torres, outro passageiro e um suposto pedestre.
O estado dos veículos que estão sob os escombros assustou a equipe de resgate. A van, de tão achatada, está com cerca de um metro e meio de altura (o veículo tem, em média, 2m87). Outro veículo localizado tem cerca de 80 cm.

Primeiro corpo
O primeiro corpo achado foi o da aposentada Abigail Rossi de Azevedo, 75, anteontem. Ela estava caminhando pela calçada da rua Capri, onde passou o microônibus. Nele, estavam o motorista Reinaldo Aparecido Leite, 40, o cobrador Wescley Adriano da Silva, 22, e mais dois passageiros -Valéria entre eles.