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Família de morto em 2006 recebeu só R$ 22 mil
José de Souza morreu em outubro em acidente na obra da linha 4-amarela
Filha do operário disse que os familiares pretendem recorrer à Justiça para tentar aumentar o valor pago pelo Consórcio Via Amarela
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Parentes do operário José
Alves de Souza, morto no ano
passado em acidente nas obras
da linha 4-amarela do metrô de
São Paulo, anunciaram ontem
que vão entrar na Justiça para
aumentar o valor da indenização. Após o acidente, eles receberam cerca de R$ 22 mil.
"Eles [consórcio] pagaram
R$ 20 mil de seguro de vida e
mais um pouco de direitos trabalhistas", conta Claudineide
Santos Souza, 26, filha do operário. "A firma [consórcio responsável pelas obras] fala que a
gente não tem direito a nada."
José Alves de Souza, 56, morreu após deslizamento de terra
em 3 de outubro de 2006,
quando trabalhava na construção da estação Oscar Freire, na
região dos Jardins (zona oeste
de São Paulo).
Claudineide disse também
que sua mãe "chora muito e fica
desesperada" sempre que lembra do caso.
"A firma pagou o seguro,
trouxe o corpo para cá [Glória,
BA] e mais nada. Eles dizem
que não temos direito à indenização, mas advogados que consultamos disseram que temos",
disse a filha do operário.
De acordo com Claudineide,
a família tentou um acordo
com o consórcio antes de decidir entrar na Justiça. "No começo, falaram que iriam resolver tudo. O tempo passou e nada foi feito."
Ela disse que seu pai já morava em São Paulo quando começou a trabalhar no metrô. "Nordestino vai a qualquer lugar em
busca de emprego."
Contou também que ele recebia cerca de R$ 500 por mês
pelo trabalho. "Sei que é pouco,
mas ajudava muito nas despesas de casa. Agora a situação está muito difícil."
Souza foi atingido quando
trabalhava na construção de
um túnel de 4,5 metros de altura por 6 metros de base. As
obras aconteciam a 23 metros
de profundidade. Foi a primeira vítima nas obras da linha 4-amarela.
Outro lado
A Folha tentou entrar em
contato cinco vezes com o Consórcio Via Amarela, mas nenhum assessor foi localizado.
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