São Paulo, quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

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Ônibus são queimados no RJ após tiroteio com 3 mortes

Polícia diz que as vítimas de conflito no morro da Mangueira eram traficantes

Segundo o cobrador de 1 dos 2 veículos incendiados, o fogo foi ateado por cerca de 20 homens; antes, o grupo gritou "ou desce ou morre"

Guilherme Pinto/Agência O Globo
Bombeiro ajuda a apagar o fogo em um dos ônibus incendiados na rua São Luiz Gonzaga, próximo ao morro da Mangueira, no Rio


MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Dois ônibus foram incendiados na manhã de ontem, nas proximidades do morro da Mangueira (zona norte do Rio de Janeiro). O ataque, segundo a versão da polícia, foi uma resposta de traficantes a uma operação da Polícia Civil na favela que resultou na morte de três suspeitos de integrar o tráfico.
A confusão teve início por volta das 9h, quando aproximadamente cem homens da Delegacia de Roubo e Furto de Cargas e da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil) ocuparam a Mangueira para cumprir mandados de prisão contra supostos assaltantes de cargas.
Na ação, houve intenso tiroteio, de acordo com policiais, no qual três homens foram mortos.
Traficantes, então, teriam deixado a Mangueira e seguido em direção ao vizinho morro do Tuiuti. Segundo a polícia, de lá desceram para a rua São Luiz Gonzaga, onde incendiaram dois ônibus, das linhas 624 (Praça da Bandeira-Mariópolis) e 474 (Jacaré-Jardim de Alah). Criminosos ainda atearam fogo a um carro e a pneus. Depois fugiram.
Segundo Célio Lima, 41, cobrador do veículo da linha 474, cerca de 20 homens armados com fuzis e pistolas pararam o ônibus. "Disseram ou desce ou morre", declarou. No coletivo havia cerca de 20 passageiros. Com medo, comerciantes baixaram as portas.
Até o final da tarde de ontem, só um dos mortos no tiroteio da Mangueira tinha sido identificado: Adriano da Silva, 30. Sua carteira de trabalho indicava que ele era servente de pedreiro. A polícia, no entanto, o acusa de ligação com o tráfico.
Com os mortos, policiais afirmaram ter apreendido quatro armas, entre elas um fuzil, 1.300 porções de crack e um pé de maconha, além de cadernos com a contabilidade do tráfico.
Nenhum dos mortos estava na relação de pessoas procuradas pela Polícia Civil.
O morro da Mangueira é considerado o mais lucrativo para traficantes do CV (Comando Vermelho).


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