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Mortes por febre amarela já superam 2007
Número de casos subiu para dez, com quatro registros novos, incluindo duas mortes confirmadas ontem pelo Ministério da Saúde
Em 2007, cinco pessoas morreram da doença; para ministério, é provável que novas vítimas tenham se infectado em matas de GO
ANGELA PINHO
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O número de casos de febre
amarela no Brasil neste ano já
subiu para dez, com quatro registros novos confirmados ontem pelo Ministério da Saúde,
incluindo duas mortes. Já são
sete os mortos pela doença em
2008. Outros 12 registros estão
sob investigação e sete foram
descartados após análises.
Os números deste ano, passados apenas 16 dias, já superam
os de todo o ano passado. Em
2007, foram registradas cinco
mortes provocadas pela doença, entre seis casos.
Desde 2003 não havia nem
tantos casos nem tantas mortes
por febre amarela no país. Naquele ano, o país registrou 64
casos e 23 mortes.
Em 2004, foram cinco registros, com três mortes. No ano
seguinte, foram confirmados
três casos e três mortes. Em
2006, houve dois casos e duas
mortes e, no ano passado, seis
casos e cinco mortes.
Todos os registros, de acordo
com o ministério, são de febre
amarela silvestre, isto é, contraída em região de matas. A variável urbana, transmitida pelo
mesmo mosquito da dengue,
foi erradicada em 1942.
Segundo o ministério, os casos confirmados ontem são de
pessoas que contraíram o vírus
provavelmente em áreas de
mata de Goiás -a pasta não divulgou os municípios.
Um dos infectados pela
doença mora em São Caetano
do Sul, na região metropolitana
de São Paulo, e está vivo.
Outros dois são irmãos, moradores da área rural de Luziânia (GO), município do entorno
do Distrito Federal. Um deles
morreu na segunda, no Hospital Regional da Asa Norte, em
Brasília. O outro, conforme a
Secretaria de Saúde do DF, está
internado no Hospital Regional
do Gama (cidade-satélite) e não
corre risco de morte.
A quarta suspeita confirmada ontem é do pastor evangélico Antônio Rates dos Santos,
44, que morreu na terça-feira
no Hospital Anchieta, instituição particular em Taguatinga,
outra cidade-satélite.
Santos passou o Ano Novo
numa fazenda em Abadiânia
(GO), onde, segundo a secretaria, contraiu a doença. Ninguém mais da família apresentou sintomas da febre amarela,
ainda de acordo com a pasta.
Dos dez casos deste ano, nove
têm Goiás como origem provável da infecção -o outro é de
uma paciente de São Paulo que
passou uma temporada em Bonito e Dourados (MS) e recebeu
alta ontem.
Vacinas
De 2003 a 2007, o número de
casos de febre amarela no Brasil por ano não passou de seis.
Em 2000, foram contabilizados 85 casos e, em 2003, 64.
Em Goiás, o número deste
ano é o mais elevado desde
2001. No surto ocorrido em
2000, 53 pessoas contraíram a
doença e 23 morreram. De
2001 a 2006, nenhum caso foi
registrado no Estado. No ano
passado, foram contabilizadas
duas mortes.
Embora os casos deste mês
tenham provocado uma corrida aos postos de vacinação, o
ministro da Saúde, José Gomes
Temporão, afirmou mais de
uma vez na semana passada
que o país não vive uma epidemia de febre amarela.
O Ministério da Saúde disse
que distribuirá hoje mais 650
mil doses de vacina. Dessas,
200 mil irão para Goiás e 50 mil
para o Mato Grosso do Sul. São
Paulo, Minas Gerais, Tocantins
e Paraná receberão 100 mil cada um.
Só em Goiás, 2,4 milhões de
pessoas foram vacinadas desde
1º de dezembro, de acordo com
a Secretaria Estadual de Saúde.
No Distrito Federal, o número chegou a 1,1 milhão desde o
dia 28 de dezembro, em um total de 2,4 milhões de habitantes. A Secretaria de Saúde
anunciou também que começará a treinar, a partir de hoje,
cem soldados do Exército para
combater o mosquito da dengue, que também pode transmitir a febre amarela urbana.
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