São Paulo, quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

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Mortes por febre amarela já superam 2007

Número de casos subiu para dez, com quatro registros novos, incluindo duas mortes confirmadas ontem pelo Ministério da Saúde

Em 2007, cinco pessoas morreram da doença; para ministério, é provável que novas vítimas tenham se infectado em matas de GO

ANGELA PINHO
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O número de casos de febre amarela no Brasil neste ano já subiu para dez, com quatro registros novos confirmados ontem pelo Ministério da Saúde, incluindo duas mortes. Já são sete os mortos pela doença em 2008. Outros 12 registros estão sob investigação e sete foram descartados após análises.
Os números deste ano, passados apenas 16 dias, já superam os de todo o ano passado. Em 2007, foram registradas cinco mortes provocadas pela doença, entre seis casos.
Desde 2003 não havia nem tantos casos nem tantas mortes por febre amarela no país. Naquele ano, o país registrou 64 casos e 23 mortes.
Em 2004, foram cinco registros, com três mortes. No ano seguinte, foram confirmados três casos e três mortes. Em 2006, houve dois casos e duas mortes e, no ano passado, seis casos e cinco mortes.
Todos os registros, de acordo com o ministério, são de febre amarela silvestre, isto é, contraída em região de matas. A variável urbana, transmitida pelo mesmo mosquito da dengue, foi erradicada em 1942.
Segundo o ministério, os casos confirmados ontem são de pessoas que contraíram o vírus provavelmente em áreas de mata de Goiás -a pasta não divulgou os municípios.
Um dos infectados pela doença mora em São Caetano do Sul, na região metropolitana de São Paulo, e está vivo.
Outros dois são irmãos, moradores da área rural de Luziânia (GO), município do entorno do Distrito Federal. Um deles morreu na segunda, no Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília. O outro, conforme a Secretaria de Saúde do DF, está internado no Hospital Regional do Gama (cidade-satélite) e não corre risco de morte.
A quarta suspeita confirmada ontem é do pastor evangélico Antônio Rates dos Santos, 44, que morreu na terça-feira no Hospital Anchieta, instituição particular em Taguatinga, outra cidade-satélite.
Santos passou o Ano Novo numa fazenda em Abadiânia (GO), onde, segundo a secretaria, contraiu a doença. Ninguém mais da família apresentou sintomas da febre amarela, ainda de acordo com a pasta.
Dos dez casos deste ano, nove têm Goiás como origem provável da infecção -o outro é de uma paciente de São Paulo que passou uma temporada em Bonito e Dourados (MS) e recebeu alta ontem.

Vacinas
De 2003 a 2007, o número de casos de febre amarela no Brasil por ano não passou de seis. Em 2000, foram contabilizados 85 casos e, em 2003, 64.
Em Goiás, o número deste ano é o mais elevado desde 2001. No surto ocorrido em 2000, 53 pessoas contraíram a doença e 23 morreram. De 2001 a 2006, nenhum caso foi registrado no Estado. No ano passado, foram contabilizadas duas mortes.
Embora os casos deste mês tenham provocado uma corrida aos postos de vacinação, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou mais de uma vez na semana passada que o país não vive uma epidemia de febre amarela.
O Ministério da Saúde disse que distribuirá hoje mais 650 mil doses de vacina. Dessas, 200 mil irão para Goiás e 50 mil para o Mato Grosso do Sul. São Paulo, Minas Gerais, Tocantins e Paraná receberão 100 mil cada um.
Só em Goiás, 2,4 milhões de pessoas foram vacinadas desde 1º de dezembro, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde.
No Distrito Federal, o número chegou a 1,1 milhão desde o dia 28 de dezembro, em um total de 2,4 milhões de habitantes. A Secretaria de Saúde anunciou também que começará a treinar, a partir de hoje, cem soldados do Exército para combater o mosquito da dengue, que também pode transmitir a febre amarela urbana.


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