São Paulo, quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

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Brasil lidera ranking internacional de atrasos em vôos

Segundo levantamento da revista "Forbes", país teve três aeroportos entre os quatro com mais decolagens atrasadas

Aeroporto Juscelino Kubitschek (Brasília) ficou em 1º na lista, seguido de Pequim (China), Congonhas (São Paulo) e Cumbica (Guarulhos)

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com menos de 27% de partidas no horário em 2007, o aeroporto Juscelino Kubitschek (Brasília) foi considerado aquele com mais vôos atrasados do mundo, segundo um levantamento da revista "Forbes". Em terceiro e quarto lugares no ranking estão os aeroportos de Congonhas (São Paulo) e Cumbica (Guarulhos), dados que evidenciam o impacto da crise aérea do país.
Baseando-se no serviço FlightStats, que fornece pela internet dados em tempo real sobre pousos e decolagens, a revista calculou os índices de pontualidade de aeroportos internacionais com capacidade para atender mais de 10 milhões de passageiros.
O Galeão (Rio de Janeiro), por exemplo, ficou de fora -apesar de ter índices semelhantes aos de São Paulo, segundo a "Forbes". Em Guarulhos, apenas 41% dos vôos decolaram dentro do horário. Em Congonhas, o índice foi de 43%.
O segundo pior na lista, com 33%, foi o aeroporto de Pequim (China). A quinta posição, com 47%, ficou com o Cairo (Egito).
A revista utiliza uma tolerância de 15 minutos para calcular atrasos, conforme padrão internacional. Esse parâmetro também é adotado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para a divulgação mensal dos índices de pontualidade por empresas aéreas.
Desde o início da crise aérea, porém, a Infraero (estatal que administra os aeroportos) adota um método diferente para amenizar o impacto negativo dos altos índices e colocar o foco nas empresas aéreas -e não na situação de cada aeroporto.
A estatal passou a calcular atrasos apenas a partir de uma hora, tabulando os dados por empresa aérea em seus informes diários, não por aeroporto.
A Infraero soltou uma nota ontem na qual critica a "Forbes". "A avaliação foi feita seguindo índices de pontualidade, o que, na visão da empresa, é incorreto", diz o texto.
Apesar de a revista deixar claro que só pesquisou atrasos, a Infraero considerou que qualquer um de seus 67 aeroportos só pode ser avaliado por critérios de infra-estrutura ou serviços prestados. A Anac não quis se manifestar por não conhecer a metodologia da reportagem. O Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas) também não fez comentário.
O levantamento da "Forbes" considera todos os atrasos registrados pela FlightStats (www.flightstats.com), sem descontar causas, como forma de medir o impacto, e "frustração" dos passageiros que precisam esperar para viajar.
Já a Anac considera o nível de 15 minutos para vôos domésticos e de 30 minutos para internacionais. A medida conta da partida até a chegada, inclui escalas e desconta fatores meteorológicos. Dessa forma, o país teve 43% de atrasos em dezembro de 2007 -pior que dezembro de 2006, um dos auges da crise aérea (36%).
A "Forbes" também levantou o ranking de chegadas atrasadas. Lideram essa lista os aeroportos de Mumbai e Delhi (Índia), Cumbica, La Guardia e Newark (EUA).


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