São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2009

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Outro lado

Advogado de médico questiona acusação ser feita 9 anos depois

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado do médico Roger Abdelmassih, Adriano Vanni, afirmou ontem considerar "fantasiosa" a história contada pela fotógrafa Monika Bartkevitch à Folha.
"Acho muito estranho uma mulher passar por tudo isso e não ter denunciado à época. Ela disse que isso aconteceu há nove anos? Então, por que não procurou a polícia? Por que não procurou o CRM [Conselho Regional de Medicina]? Bom, ela conta que o marido não a deixou denunciar, mas ela se livrou do marido, que era o obstáculo para qualquer denúncia, dois meses depois. O que a impediu, então, de denunciar o médico?", questiona o advogado Vanni.
O advogado diz que Abdelmassih nunca carregou pacientes no colo nem as molestou. Para ele, é um absurdo lançar suspeitas como essas sobre um profissional sério e muito respeitado. "O dr. Roger nunca fica sozinho com a paciente, esse não é um procedimento adotado na clínica. Ele está sempre acompanhado por uma enfermeira. Repito, o que ela contou é fantasioso", afirmou.
O advogado reclama não ter acesso à íntegra dos depoimentos nem aos nomes das mulheres que acusaram Abdelmassih à polícia e ao Ministério Público. "Sem saber quem o acusa, ou do que ele é acusado, é impossível fazer a defesa. A gente nem sabe se essas mulheres são efetivamente ex-pacientes dele. Após termos acesso integral ao inquérito policial, o dr. Roger poderá esclarecer, uma a uma, todas as acusações. Ele vai provar a sua inocência."
Nesta semana, Vanni pediu novamente à Justiça acesso ao inquérito que tramita na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher de São Paulo. O advogado afirma que não sabe a "verdadeira motivação" das mulheres que denunciaram Abdelmassih.
"É importante lembrar que, há um ano e meio, o dr. Roger foi vítima de uma campanha difamatória via internet. Já pedimos a abertura de uma investigação na Polícia Civil para apurar isso. Qual era o objetivo? Nós ainda não sabemos", afirma Vanni. Ele se refere a um blog que trazia denúncias contra Abdelmassih postadas com nomes falsos e que foi tirado da rede a pedido do médico.
Na primeira e única entrevista que concedeu à Folha sobre o assunto, há cerca de dois meses, Abdelmassih afirmou ser vítima de uma armação da concorrência. O especialista, que é referência na área de reprodução assistida, fez em sua clínica um terço de todos os bebês de proveta do país.
Em nota da assessoria, Abdelmassih disse negar com veemência todas as acusações e informou que até o momento não foi ouvido no inquérito policial.
Ainda segundo a assessoria, a clínica de Abdelmassih funciona normalmente e completa, neste ano, 20 anos de atividade, tendo atendido mais de 20 mil casais em busca de filhos.


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