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Outro lado
Advogado de médico questiona acusação ser feita 9 anos depois
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado do médico Roger
Abdelmassih, Adriano Vanni,
afirmou ontem considerar
"fantasiosa" a história contada
pela fotógrafa Monika Bartkevitch à Folha.
"Acho muito estranho uma
mulher passar por tudo isso e
não ter denunciado à época.
Ela disse que isso aconteceu há
nove anos? Então, por que não
procurou a polícia? Por que
não procurou o CRM [Conselho Regional de Medicina]?
Bom, ela conta que o marido
não a deixou denunciar, mas
ela se livrou do marido, que era
o obstáculo para qualquer denúncia, dois meses depois. O
que a impediu, então, de denunciar o médico?", questiona
o advogado Vanni.
O advogado diz que Abdelmassih nunca carregou pacientes no colo nem as molestou.
Para ele, é um absurdo lançar
suspeitas como essas sobre um
profissional sério e muito respeitado. "O dr. Roger nunca fica sozinho com a paciente, esse
não é um procedimento adotado na clínica. Ele está sempre
acompanhado por uma enfermeira. Repito, o que ela contou
é fantasioso", afirmou.
O advogado reclama não ter
acesso à íntegra dos depoimentos nem aos nomes das mulheres que acusaram Abdelmassih
à polícia e ao Ministério Público. "Sem saber quem o acusa,
ou do que ele é acusado, é impossível fazer a defesa. A gente
nem sabe se essas mulheres são
efetivamente ex-pacientes dele. Após termos acesso integral
ao inquérito policial, o dr. Roger poderá esclarecer, uma a
uma, todas as acusações. Ele
vai provar a sua inocência."
Nesta semana, Vanni pediu
novamente à Justiça acesso ao
inquérito que tramita na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher de
São Paulo. O advogado afirma
que não sabe a "verdadeira motivação" das mulheres que denunciaram Abdelmassih.
"É importante lembrar que,
há um ano e meio, o dr. Roger
foi vítima de uma campanha
difamatória via internet. Já pedimos a abertura de uma investigação na Polícia Civil para
apurar isso. Qual era o objetivo? Nós ainda não sabemos",
afirma Vanni. Ele se refere a
um blog que trazia denúncias
contra Abdelmassih postadas
com nomes falsos e que foi tirado da rede a pedido do médico.
Na primeira e única entrevista que concedeu à Folha sobre
o assunto, há cerca de dois meses, Abdelmassih afirmou ser
vítima de uma armação da concorrência. O especialista, que é
referência na área de reprodução assistida, fez em sua clínica
um terço de todos os bebês de
proveta do país.
Em nota da assessoria, Abdelmassih disse negar com veemência todas as acusações e informou que até o momento não
foi ouvido no inquérito policial.
Ainda segundo a assessoria, a
clínica de Abdelmassih funciona normalmente e completa,
neste ano, 20 anos de atividade,
tendo atendido mais de 20 mil
casais em busca de filhos.
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