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TRANSPORTE
Órgãos dizem ter achado comprovantes de fraude
Fiscalização apreende documentos em empresa de ônibus da zona norte
DA REPORTAGEM LOCAL
A empresa de ônibus Sambaíba, da zona norte de São Paulo, teve documentos e computadores
apreendidos ontem de manhã,
durante uma fiscalização de órgãos públicos que investigam um
golpe trabalhista aplicado por viações paulistanas com a participação do sindicato dos condutores.
Integrantes do Ministério Público Federal, da DRT (Delegacia Regional do Trabalho) e da Polícia
Federal dizem ter encontrado
comprovantes de um acordo por
meio do qual os trabalhadores
eram demitidos sob a condição de
serem readmitidos somente se
abrissem mão da multa de 40%
do FGTS e aceitassem um parcelamento das verbas rescisórias
-condições que são ilegais.
Esses acertos seriam feitos na
maioria das empresas de ônibus,
sendo avalizados pelo sindicato
-que admite que 8.000 dos 36
mil condutores já os assinaram.
Muitos deles trabalham em viações selecionadas em 2003, mas
estão registrados em empresas
endividadas cujos donos são os
mesmos das em que estão. A estratégia de demitir e recontratar
sem indenização seria uma forma
de "limpar" a situação financeira.
A fiscalização identificou na
Sambaíba, uma das maiores da cidade, pagamento de hora-extra
"por fora" e falta de registro de
3.500 condutores. Foram recolhidas 850 carteiras de trabalho indevidamente retidas desde dezembro, naquela que, diz a DRT, é a
maior apreensão do tipo já feita.
A Sambaíba não respondeu aos
pedidos de entrevista. O presidente do sindicato dos condutores, Luiz Gonçalves, diz que pretendia "preservar os empregos".
"Foi para evitar uma convulsão."
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