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Carnaval começa com atrasos nos vôos
38% dos vôos tiveram atrasos superiores a 45 minutos; para as autoridades do setor, demora é normal por conta da véspera do feriado
Ameaça de protesto dos controladores aéreos não se concretizou; Anac e a Aeronáutica mantêm as previsões de tranqüilidade
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de a ameaça de protesto dos controladores de tráfego aéreo não ter se concretizado, os atrasos afetaram
37,7% dos 1.662 vôos programados até 22h de ontem, véspera de Carnaval, o que foi considerado "normal" por autoridades do setor para o feriado,
quando o fluxo de vôos cresce.
A média se refere a atrasos de
mais de 45 minutos e é parecida
aos piores dias da crise aérea
em dezembro. Porém, não houve registro de grandes atrasos,
caos e confusão -como ocorreram durante a crise -porque
foi mantido o fluxo das decolagens e pousos, sem interrupções e efeito cascata por causa
de pane de equipamentos, falta
de aviões ou fechamento de aeroportos, como antes.
Os atrasos nos principais aeroportos era de cerca de uma
hora. A TAM, responsável pelo
episódio de atrasos e cancelamentos no Natal, divulgou que
seus vôos enfrentavam "atrasos
freqüentes" em Congonhas por
volta da 18h, por causa de "tráfego intenso". Mesmo assim,
apesar dos atrasos e algumas filas houve poucas reclamações
de passageiros ontem.
Já em Cumbica, foram registrados atrasos de até três horas,
mas não houve confusão. Para
o Procon, que manteve no local
uma equipe de plantão para
orientar os consumidores, as
empresas aéreas se prepararam para o feriado com o aumento do número de funcionários e o pronto-atendimento
das queixas dos passageiros.
Não foram constatados casos
de overbooking ou de cancelamentos, disse o consultor jurídico do Procon Renato Garcia.
Ele diz que o maior atraso
(três horas) ocorreu em um vôo
da Aerolíneas Argentinas com
destino a Buenos Aires.
Controladores
A mobilização dos controladores de tráfego aéreo esfriou
na noite de quinta-feira. Ontem
pela manhã a categoria divulgou notas e desmentidos de
qualquer plano de paralisação.
Segundo a ABCTA (Associação Brasileira de Controladores de Tráfego Aéreo) informou
à Folha, foi possível conter os
controladores "mais exaltados". Esse grupo planejava
uma espécie de operação braços cruzados, utilizando estritamente regras de segurança
para desfalcar equipes.
O grupo pede, porém, uma
sinalização a respeito da proposta do governo de desmilitarizar o controle de tráfego aéreo, que foi apresentada em dezembro e é a principal reivindicação dos controladores.
O governo não se posiciona
oficialmente sobre a questão.
Ontem o prazo para uma definição foi prorrogado por 30
dias. O ministro Waldir Pires
(Defesa) esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
ontem pela manhã e "fez um
relato tranqüilizador da situação dos aeroportos no Carnaval", segundo a assessoria.
A Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) e a Aeronáutica
também mantêm as previsões
de tranqüilidade.
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