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Com luxo e refrão fácil, X-9 levanta platéia
Escola, duas vezes campeã do Carnaval paulistano, foi a segunda a se apresentar em desfile que custou R$ R$ 1,7 milhão
Imperador do Ipiranga apostou em rapper e na sensualidade na abertura dos desfiles das escolas de samba no sambódromo
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um desfile muito colorido e luxuoso, a X-9 Paulistana,
duas vezes campeã do Carnaval
de São Paulo, entrou na madrugada de hoje como um arco-íris
no sambódromo e, com um
samba de refrão fácil, conseguiu empolgar a arquibancada
do Anhembi. "Sou X-9, sou
emoção; zona norte é união, a
força do povo sacode de novo
meu coração."
Segundo escola a desfilar, a
X-9 levou para a avenida um
enredo para enaltecer o Brasil
por meio das cores.
A comissão de frente, com
bailarinas clássicas, vestia as
cores do arco-íris e foi muito
aplaudida. A bateria coreografada foi outro diferencial.
O tema facilitou a obtenção
do patrocínio da Suvinil. "Não
faltou dinheiro", afirmou Raul
Diniz, 53, carnavalesco da agremiação, que gastou R$ 1,7 milhão em sua apresentação.
Esta condição contrastou
com a do Imperador do Ipiranga, que abriu os desfiles. Além
de não obter o patrocínio esperado para o seu enredo sobre a
história do aço e da siderurgia
ainda passou por sustos antes
de seu desfile, como um um
princípio de incêndio em um de
seus carros alegóricos e a demora na chegada dos integrantes da comissão de frente.
A agremiação do Ipiranga
apostou, porém, na ousadia. Ela
entrou no sambódromo com
uma esfinge, em seu abre-alas
de 11 metros de altura.
Outra inovação era a presença da ala das baianas antes do
primeiro carro alegórico. Uma
alegoria simulando a erupção
de um vulcão e soltando serpentinas motivou os primeiros
e ainda tímidos aplausos no
Anhembi, que ainda não estava
cheio (dos 25 mil ingressos,
3.500 não foram vendidos).
A Imperador, que voltou neste ano ao Grupo Especial, também investiu na sensualidade
de seus destaques. A madrinha
de bateria Michelly Petri, 25,
ex-Bandida do Funk desfilava
com um top transparente. Márcia Imperator, 33, famosa por
sua participação nos testes de
fidelidade da TV e filmes pornô, era a atração de um dos carros alegóricos, vestida de índia
e com os seios à mostra.
O rapper Rappin Hood, 33,
era outro destaque entre os puxadores do samba. "Sou da comunidade desde garoto, é a escola da maior favela de São
Paulo [Heliópolis]. Estamos
acostumados com pouco dinheiro", afirmou o rapper.
O desfile da escola, porém, foi
precedido de uma seqüência de
sustos -a começar pela falta de
dinheiro. O enredo sobre a história do aço foi definido porque, na opinião da escola poderia atrair empresas do setor como patrocinadores, mas não teve ajuda da iniciativa privada. O
desfile custou R$ 1 milhão.
À tarde, um dos carros alegóricos que fazia referência à China começou a pegar fogo durante um trabalho de soldagem.
Mas o incêndio foi controlado.
A chuva do início da noite
também preocupou, mas não
durou muito. Para completar, a
comissão de frente da Imperador chegou, correndo, minutos
antes de a escola iniciar o desfile, sendo aplaudida pelos componentes. "Foi uma choradeira,
mas foi só um susto", afirmou
Carlos Negri, um dos carnavalescos da Imperador.
Na noite de ontem, ainda
desfilariam a Tom Maior, a Império de Casa Verde, a Acadêmicos do Tucuruvi, a Unidos de
Vila Maria e a Nenê de Vila Matilde.
(ALENCAR IZIDORO, ALESSANDRA BALLES, DANIELA TÓFOLI, EVANDRO SPINELLI e FABIANE LEITE)
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