São Paulo, sábado, 17 de fevereiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Com luxo e refrão fácil, X-9 levanta platéia

Escola, duas vezes campeã do Carnaval paulistano, foi a segunda a se apresentar em desfile que custou R$ R$ 1,7 milhão

Imperador do Ipiranga apostou em rapper e na sensualidade na abertura dos desfiles das escolas de samba no sambódromo


DA REPORTAGEM LOCAL

Em um desfile muito colorido e luxuoso, a X-9 Paulistana, duas vezes campeã do Carnaval de São Paulo, entrou na madrugada de hoje como um arco-íris no sambódromo e, com um samba de refrão fácil, conseguiu empolgar a arquibancada do Anhembi. "Sou X-9, sou emoção; zona norte é união, a força do povo sacode de novo meu coração."
Segundo escola a desfilar, a X-9 levou para a avenida um enredo para enaltecer o Brasil por meio das cores.
A comissão de frente, com bailarinas clássicas, vestia as cores do arco-íris e foi muito aplaudida. A bateria coreografada foi outro diferencial.
O tema facilitou a obtenção do patrocínio da Suvinil. "Não faltou dinheiro", afirmou Raul Diniz, 53, carnavalesco da agremiação, que gastou R$ 1,7 milhão em sua apresentação.
Esta condição contrastou com a do Imperador do Ipiranga, que abriu os desfiles. Além de não obter o patrocínio esperado para o seu enredo sobre a história do aço e da siderurgia ainda passou por sustos antes de seu desfile, como um um princípio de incêndio em um de seus carros alegóricos e a demora na chegada dos integrantes da comissão de frente.
A agremiação do Ipiranga apostou, porém, na ousadia. Ela entrou no sambódromo com uma esfinge, em seu abre-alas de 11 metros de altura.
Outra inovação era a presença da ala das baianas antes do primeiro carro alegórico. Uma alegoria simulando a erupção de um vulcão e soltando serpentinas motivou os primeiros e ainda tímidos aplausos no Anhembi, que ainda não estava cheio (dos 25 mil ingressos, 3.500 não foram vendidos).
A Imperador, que voltou neste ano ao Grupo Especial, também investiu na sensualidade de seus destaques. A madrinha de bateria Michelly Petri, 25, ex-Bandida do Funk desfilava com um top transparente. Márcia Imperator, 33, famosa por sua participação nos testes de fidelidade da TV e filmes pornô, era a atração de um dos carros alegóricos, vestida de índia e com os seios à mostra.
O rapper Rappin Hood, 33, era outro destaque entre os puxadores do samba. "Sou da comunidade desde garoto, é a escola da maior favela de São Paulo [Heliópolis]. Estamos acostumados com pouco dinheiro", afirmou o rapper.
O desfile da escola, porém, foi precedido de uma seqüência de sustos -a começar pela falta de dinheiro. O enredo sobre a história do aço foi definido porque, na opinião da escola poderia atrair empresas do setor como patrocinadores, mas não teve ajuda da iniciativa privada. O desfile custou R$ 1 milhão.
À tarde, um dos carros alegóricos que fazia referência à China começou a pegar fogo durante um trabalho de soldagem. Mas o incêndio foi controlado.
A chuva do início da noite também preocupou, mas não durou muito. Para completar, a comissão de frente da Imperador chegou, correndo, minutos antes de a escola iniciar o desfile, sendo aplaudida pelos componentes. "Foi uma choradeira, mas foi só um susto", afirmou Carlos Negri, um dos carnavalescos da Imperador.
Na noite de ontem, ainda desfilariam a Tom Maior, a Império de Casa Verde, a Acadêmicos do Tucuruvi, a Unidos de Vila Maria e a Nenê de Vila Matilde. (ALENCAR IZIDORO, ALESSANDRA BALLES, DANIELA TÓFOLI, EVANDRO SPINELLI e FABIANE LEITE)

Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Notas - Fora do compasso: No Anhembi, Serra diz que Rio é "imbatível" e Kassab é vaiado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.