São Paulo, terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

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Professor temporário deve passar por nova prova em SP

SP quer contratar empresa para aplicar exame em agosto

DA REPORTAGEM LOCAL

A secretária estadual da Educação de SP, Maria Helena Guimarães de Castro, afirmou ontem que pretende aplicar nova prova para professores temporários, agora para selecionar docentes para 2010.
O governo espera aplicar o exame em agosto, por meio de empresa escolhida por licitação. Na primeira edição da prova, de dezembro, a própria pasta fez a avaliação, e houve denúncias de irregularidades como vazamento de gabarito.
A rede possui 100 mil temporários, que suprem a falta de concursados -no total, o Estado possui 230 mil docentes.
O anúncio do novo exame foi feito num momento em que a gestão Serra (PSDB) não sabe o que fazer com os temporários deste ano letivo, iniciado ontem. Na quinta-feira, a juíza Maria Gabriella Pavlopoulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda Pública, disse que o Estado não pode manter os cerca de 1.500 temporários que zeraram no exame de dezembro.
A mesma juíza, porém, determinou em liminar (decisão provisória) que o resultado da prova não pode ser utilizado para escolher temporários -atendendo a pedido da Apeoesp (sindicato dos docentes), que citou as suspeitas de irregularidades. O impasse atrasou o início das aulas, que seria na última quarta-feira.
"Entramos com petição solicitando esclarecimentos à juíza. Ela exige que a nota não seja considerada, mas não quer que os que zeraram tenham atribuição [aulas]. Há uma contradição", afirmou a secretária.
"Acredito que ganharemos na Justiça o mérito da questão [referente à possibilidade de avaliar os professores temporários por meio de prova], para usarmos a prova de seleção para o próximo ano."
Maria Helena disse que não havia usado empresa especializada no exame por falta de tempo. "A discussão se arrastou até novembro. Não daria tempo para licitar. Mas a prova que a secretaria fez foi boa." Se a prova valesse, diz a pasta, metade dos 100 mil temporários seria trocada (houve 214 mil candidatos no exame, aberto a quem não estava na rede). Com a suspensão, o tempo de serviço voltou a ser o principal critério para a distribuição de aulas.
"Ao dizer que precisará de uma empresa, a secretária admite os erros na prova", disse a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha. "E ao anunciar a nova prova para temporários, quer dizer que não haverá concurso público? Essa é a principal questão."
Segundo a secretária, o governo deve criar 75 mil cargos públicos. O anúncio foi feito em junho mas até o momento o projeto não foi enviado à Assembleia. (FÁBIO TAKAHASHI)


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