São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

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Com rachaduras, prédio do TRT é desocupado em SP

Laudo aponta vibração e afundamento das lajes no edifício da Consolação, alugado por R$ 100 mil ao mês

Imóvel abrigava 101 funcionários de setores administrativos; troca de prédio poderá causar atrasos em processos

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Depois que um laudo técnico apontou problemas como fissuras, trincas, vibração e afundamento das lajes, um prédio do Tribunal Regional do Trabalho na Consolação (região central) foi desocupado na tarde de anteontem.
Ali funcionavam dez setores administrativos que cuidavam de processos em trâmite para segunda instância.
Os serviços ficarão suspensos ao menos até o dia 25, quando os 101 funcionários irão para outros três prédios do TRT. Com isso, recursos para a segunda instância que passavam por esses setores poderão atrasar.
O prédio era alugado pelo TRT por R$ 100 mil mensais. O tribunal conhecia os problemas, causados pela falta de duas vigas paralelas, mas permaneceu ali entre 1993 e 2008. O prédio voltou a ser utilizado em 2009.
O TRT explica a permanência porque laudos feitos em 2000 e 2009 não recomendavam a retirada.
Como a deformação era no centro das salas, o setor de engenharia do TRT orientava a colocar os processos próximos às vigas ou nas extremidades dos pavimentos -em alguns casos, nos banheiros.
O Sintrajud (Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal de SP) recebeu várias denúncias de servidores que tinham medo que o prédio oferecesse risco de cair.
O laudo da Imac Engenharia, contratado neste mês pelo TRT, foi o primeiro a recomendar a desocupação do prédio. Por isso, o TRT decidiu devolver o imóvel.
Segundo o laudo, o prédio, que tem 40 anos e tinha vida útil de 60 anos, "já está excedendo o limite" e, por essa razão, é necessária "recuperação estrutural."
Por enquanto, os servidores vão trabalhar em prédios já ocupados pelo TRT, inclusive no Fórum Ruy Barbosa -obra célebre por ter rendido ao juiz Nicolau dos Santos Neto uma condenação pelo desvio de R$ 169,5 milhões.
A Folha não localizou a Lugli Administração de Bens Ltda, proprietária do imóvel.


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