São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 2005

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Passageiros de veículo apedrejado relatam "guerra"

DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

O conflito no centro causou pânico na população. Passageiros de ônibus apedrejados tiveram de deitar no chão para se proteger, pessoas corriam para fugir das bombas de efeito moral da PM, comerciantes fechavam portas.
"É puro vandalismo, não é liberdade de manifestação. Não é protesto, é banditismo. É guerra", disse Vitor Jorge Nasser, 68, que estava num dos ônibus na rua Líbero Badaró atingido por pedras.
"Parecia que a gente ia acabar morrendo no ônibus", disse chorando a operadora de telemarketing Leonilda Aparecida da Silva, 43. Para se proteger das pedradas, um homem usou o guarda-chuva para tapar o buraco no vidro.
Cobradores e motoristas também sofreram. José Nilton da Silva disse que, por volta das 5h, dois homens fizeram sinal em um ponto. A dupla, em seguida, mandou todo mundo descer. "Eles jogaram gasolina da catraca para a frente. Foi como uma explosão. O resto do ônibus logo pegou fogo. Eles saíram correndo rapidinho."
Grávida de sete meses, a operadora de telemarketing Alicéia Machado, 20, estava havia duas horas em pé, no ponto no Jabaquara (zona sul). "Estou com medo de perder o emprego. Liguei para o patrão. Ele me deu uma bronca."


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