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Temporal de 1 hora pára SP, arrasta carros e isola casas
Marginais alagaram e a cidade registrou o maior congestionamento deste ano
O aeroporto de Congonhas
fechou à tarde por pouco
mais de uma hora; as multas
referentes ao rodízio foram
suspensas pela prefeitura
DA REPORTAGEM LOCAL
Pessoas ilhadas nas ruas ou
em suas próprias casas, veículos arrastados pelas águas nas
marginais Tietê e Pinheiros e
nas principais vias de acesso a
São Paulo, "apagões" espalhados por toda a cidade e muito
trânsito -o maior congestionamento desde agosto de 2006.
A cidade de São Paulo parou
na tarde de ontem após um
temporal de pouco mais de
uma hora que atingiu principalmente as zonas oeste e norte. Foi o terceiro dia mais chuvoso do ano, com média de 39,9
mm (quase 25% do previsto para todo o mês).
Um homem, ainda não identificado, foi resgatado com vida
em uma galeria de águas pluviais próximo à ponte da Freguesia do Ó, na marginal Tietê
(zona norte). Ele havia sido arrastado pelas águas.
As chuvas causaram transtornos também em Recife e
Brasília (leia na página C2).
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) mediu 183
km de lentidão nos principais
corredores de trânsito às 19h, o
maior índice do ano. A média
para o horário é de 137 km.
Avenidas como 23 de Maio e
Nove de Julho, as marginais Pinheiros e Tietê e o túnel do
Anhangabaú chegaram a ficar
parcialmente interditados por
cerca de uma hora. As avenidas
Rebouças e Consolação também sofreram alagamentos.
Por causa dos transtornos, a
prefeitura suspendeu as multas
que possam ter sido aplicadas
ontem referentes a infrações ao
rodízio de veículos.
O aeroporto de Congonhas
ficou fechado para pousos e decolagens por pouco mais de
uma hora no meio da tarde.
Até as 17h30, foram registrados 35 atrasos de vôos.
O Corpo de Bombeiros registrou pelo menos 30 chamados
de pessoas ilhadas em carros e
casas. A Defesa Civil municipal
registrou quedas de árvores e
muros, mas não houve vítimas.
Quatro áreas da cidade foram
atingidas por queda de energia
-Jardins, inclusive trechos das
avenidas Consolação e Rebouças, Pompéia, Butantã e Sumaré. Em todos os casos, a energia
foi restabelecida antes das 20h.
Os alagamentos ocorreram
principalmente porque o sistema de drenagem -bueiros e
bocas-de-lobo- não suportou
o grande volume de chuvas em
um curto período de tempo.
Porém, também houve transbordamento de córregos na zona norte, causando, por exemplo, o alagamento na marginal
do rio Tietê.
Na Freguesia do Ó, choveu
96,5 mm em pouco mais de
uma hora, o maior índice registrado na cidade pelo CGE (Centro de Gerenciamento de
Emergências).
A secretária Daniela Mendonça, 24, esperou pelo menos
55 minutos o ônibus que a levaria da região do parque Ibirapuera ao centro. "Parou tudo
por causa do alagamento. Não
faço idéia de que horas vou chegar em casa."
Na região da avenida Rio
Branco, os semáforos estavam
com defeito. Os motoristas demoravam pelo menos meia hora para percorrer um trecho de
cem metros.
O advogado Luiz Carlos Barreto resolveu não estressar: parou no boteco e pediu uma cerveja. "Só saio daqui a hora que
esse trânsito fluir."
Hoje deve chover durante todo o dia, com pancadas de chuvas no período da tarde.
Segundo Lucyara Rodrigues,
meteorologista do CGE, o risco
de alagamentos é menor, pois
as chuvas são distribuídas ao
longo do dia, mas aumenta a
possibilidade de deslizamentos
de terra. Ela disse que a previsão de chuvas ao longo do dia
com pancadas à tarde segue até
o início da semana, quando a
frente fria que chegou ontem à
capital começa a se deslocar.
(EVANDRO SPINELLI, CLÁUDIA COLUCCI E JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
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