Água levou carros e invadiu lojas na zona após transbordamento de córrego na avenida Edgar Facó, na Freguesia do Ó

Na zona norte, Mitsubishi foi arrastado por 700 m; enchente destruiu cerca de R$ 150 mil de loja aberta há duas semanas

DA REPORTAGEM LOCAL

Parados no trânsito ou ilhados em pontos de ônibus, os paulistanos lamentavam mais um dia de caos na cidade. "Há uma semana fiquei uma hora no congestionamento por causa do Bush. Hoje, estou há uma hora e meia praticamente parado por conta da chuva. Ninguém merece esta cidade", reclamava o empresário Carlos Alberto Bertolotto, que enfrentava o trânsito na av. 23 de Maio, que ficou alagada próximo ao Obelisco do Ibirapuera.
Situação pior foi a enfrentada por quem estava perto da avenida Edgar Facó, na Freguesia do Ó (zona norte), que ficou praticamente submersa após o transbordamento de um córrego. A correnteza arrastou carros e estoques de pelo menos 20 lojas instaladas na avenida que dá acesso à ponte do Piqueri, na marginal Tietê.
Pelo menos 15 pessoas, entre comerciantes e funcionários, se refugiaram em um sobrado onde funciona uma oficina. De lá, viram um Mitsubishi Espace Wagon boiar por 700 metros até parar na ponte do Piqueri.
A comerciante Tatiana Daniela Teixeira, 28, acompanhou as águas destruírem cerca de R$ 150 mil que mantinha em móveis e equipamentos na loja aberta há duas semanas. "Por volta das 16h, o córrego começou a transbordar. Foi tudo rápido, cerca de dez minutos."
Ricardo de Oliveira, dono de uma loja de assistência técnica de eletrodomésticos, conta que todas as TVs e vídeos que estavam em conserto foram destruídos. "Vou processar a prefeitura e esperar que os nossos clientes nos processem também. Não há o que fazer."
Dono de uma loja de automóveis, Carlos Alberto Lete conta que pelo menos 15 carros foram destruídos. "Será que o Kassab vai dar atenção para a gente? Ninguém tem seguro por aqui."


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