São Paulo, sábado, 17 de março de 2007

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Gestão Serra adia entrega de ampliação de rede de trens

Estado anunciou retomada das obras, mas conclusão total foi postergada para 2008

Ampliação das linhas C e F da CPTM, que vai elevar a demanda de passageiros em 50%, deveria ter ficado pronta em 2006

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

As obras de expansão da rede de trens de São Paulo, que incluem as novas estações Autódromo, Interlagos e USP Leste, serão retomadas em "ritmo acelerado" a partir da semana que vem, mas já tiveram suas conclusões postergadas de novo pelo governo do Estado.
Os investimentos que devem elevar em mais de 50% a demanda das linhas C (Osasco-Jurubatuba) e F (Brás-Calmon Viana) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) eram prometidos pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) para 2006, foram adiados para os primeiros meses de 2007 e a nova previsão é que a entrega total ocorra só em 2008 -sendo parte no final deste ano.
A redução drástica no ritmo das frentes de trabalho ocorreu no último semestre, no fechamento das contas do Estado pela gestão Cláudio Lembo (PFL).
A situação se manteve nos primeiros meses do governo José Serra (PSDB), com as obras da linha C em ritmo bem lento e as da linha F paradas.
O presidente da CPTM, Álvaro Armond, diz que a primeira terá novas frentes na próxima semana. A retomada da segunda deve ocorrer no fim do mês.
O novo prazo para concluir as obras das estações de trem é resultado principalmente de problemas financeiros que motivaram atrasos de outros projetos estratégicos do Estado, como a alça sul do Rodoanel.
No caso da CPTM, a falta de dinheiro foi resolvida na última segunda-feira, quando ela acertou a captação de dinheiro no mercado financeiro para seguir com as obras das linhas C e F.
O BNDES e outros investidores aplicaram em fundos de R$ 150 milhões lançados pela empresa estadual e serão remunerados pela receita das catracas. A liberação da verba minimiza os atrasos, mas não tem mais como evitar os adiamentos.
Os projetos integram uma série de obras de transporte que foram parcial ou totalmente interrompidos por Lembo e que ainda não voltaram ao ritmo normal na gestão Serra.
O trecho sul do Rodoanel, que ligará a Régis Bittencourt ao ABC paulista, passando pelo sistema Anchieta-Imigrantes, atrasou e deverá ser retomado somente no mês que vem.
A conclusão da estação Alto do Ipiranga, parte da extensão da linha 2-verde do metrô, também teve de ser postergada por Lembo de 2006 para março de 2007. Agora, a nova previsão da gestão tucana é junho próximo.
Na linha 4-amarela, a paralisação das frentes de trabalho não esteve relacionada à falta de recursos, mas à abertura da cratera na estação Pinheiros.
A principal justificativa da gestão Lembo para paralisar as obras do Estado foi a arrecadação aquém do previsto pelo Orçamento de 2006 e a necessidade de se ajustar à LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).
O governo de José Serra alegou falta de recursos no começo do ano, além de problemas na aprovação do orçamento e seu congelamento.


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