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Campos do Jordão doa terreno à OAB-SP
Terreno de 30 mil m2, localizado em área nobre da cidade, servirá para que a entidade construa sua colônia de férias
Prefeito diz que medida faz parte de projeto para turismo; imobiliárias avaliam entre R$ 15 e R$ 25 o metro quadrado na região
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA
A Prefeitura de Campos do
Jordão (SP) vai doar um terreno de 30 mil m2 para que a seção paulista da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil) construa sua nova colônia de férias.
O prefeito João Paulo Ismael
(PMDB) disse que pretende fazer da ampliação no número de
colônias de férias uma das
principais políticas de turismo
de Campos do Jordão (167 km
de São Paulo).
Ismael afirmou que o terreno que vai ser doado à OAB faz
parte de uma área maior, de
400 mil m2, entregue por uma
empresa ao município como
forma de quitar débitos fiscais.
Fica numa região nobre, a cerca de dez minutos da praça do
Capivari, principal ponto turístico de Campos do Jordão.
Na negociação com a empresa, afirma o prefeito, o metro
quadrado da área foi avaliado
em R$ 5. Já imobiliárias da cidade avaliam entre R$ 15 e R$
25 o metro quadrado na região.
Por estes valores, o terreno
doado à OAB custaria entre R$
450 mil e R$ 750 mil.
O prefeito anunciou que já
negocia a doação de áreas para
outras três entidades: Ministério Público de São Paulo, uma
associação de juízes e outra de
contabilistas. A reportagem
entrou em contato com a Procuradoria-Geral de Justiça de
São Paulo e com a APMP (Associação Paulista do Ministério
Público), que negaram qualquer negociação.
A doação do terreno vai ser
formalizada nos próximos 15
dias. Em contrapartida, a OAB
pagará IPTU (Imposto Predial
e Territorial Urbano) e ISS
(Imposto Sobre Serviço) de 5%
sobre o rendimento com o aluguel dos quartos.
O acordo também estipula
prazo de três anos para que a
colônia seja erguida. Caso não
seja cumprido, a prefeitura tem
o direito de revogar a doação.
"Para nós, isso [a doação do
terreno para a OAB] é lucrativo
porque gera empregos e traz riquezas para a cidade. Cada colônia de férias dessa gera quatro empregos por apartamento", disse o prefeito.
Ismael aponta que restam no
município apenas 2.000 lotes
passíveis de ocupação e que a
prefeitura não aprovará novos
loteamentos. Por isso, quer
frear o ritmo de construção de
moradias individuais para moradores e turistas.
Além disso, ele afirma que a
infra-estrutura da cidade, como a capacidade de abastecimento de água, não permite
um crescimento acentuado da
população e do turismo.
"Por isso, o incentivo às colônias de férias. Nós achamos
que a melhor maneira de atender aos turistas é coletivamente. Assim, não são feitas muitas
construções e eu não degrado o
ambiente", completou.
Segundo o prefeito, no orçamento estão reservados R$ 3
milhões para compra de terrenos para doação a entidades de
classe interessadas em construir suas colônias de férias.
Ele estuda a isenção temporária de impostos para incentivar
novos projetos.
"Para todas as entidades que
nos procurarem nós vamos
doar áreas em localizações privilegiadas. É para estimular o
turismo de negócios e o turismo de convenções."
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