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1º dia da volta de escalas a Congonhas é tranqüilo
Aeroporto teve 14 vôos com atrasos acima de uma hora e 15 cancelamentos
Terminal ficou sete meses sem conexões, escalas e vôos fretados depois do acidente com Airbus da TAM, em julho passado
DA REPORTAGEM LOCAL
Após quase sete meses, Congonhas voltou a ser um centro
de distribuição de vôos. Ontem,
no primeiro dia da retomada
das escalas, conexões e fretados, o aeroporto teve 14 vôos
com atrasos acima de uma hora
e 15 cancelamentos entre os
197 vôos programados das 6h às
22h. Apesar disso, não houve
tumulto nem filas de passageiros para o embarque. As operações são encerradas às 23h.
O retorno das conexões foi
publicado no início deste ano
no Diário Oficial. O ministro
Nelson Jobim havia proibido as
escalas, conexões e vôos charter (ou fretados) no ano passado em resposta às dificuldades
operacionais do aeroporto, que
ficaram evidenciadas após o
acidente com o Airbus da TAM,
em 17 de julho do ano passado.
A tragédia matou 199 pessoas
após o avião sair da pista de
Congonhas e bater num prédio
da própria empresa.
Quando houve o anúncio da
restrição, em 18 de agosto, Jobim afirmou que "Congonhas
não é e não voltará a ser, em hipótese alguma, ponto de distribuição". O recuo do governo do
presidente Lula quanto à restrição ocorreu em janeiro.
Prejuízo
Para o presidente do Snea
(Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), José Marcio Mollo, o governo errou ao
retirar escalas e conexões de
Congonhas porque a medida
trouxe prejuízos às empresas.
O ministro, no entanto, negou que a volta das operações
seria feita para corrigir um erro. "Naquele momento, a mudança se justificava, porque havia um caos e uma falta de ligação entre os órgãos."
A Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil), responsável por
regulamentar as companhias
aéreas, informou que a volta
das escalas, conexões e vôos
fretados não implicará a alteração no número de slots -pousos e decolagens permitidos
por aeroportos.
De acordo com a agência, serão mantidos 30 movimentos
por hora para a aviação comercial e quatro para a aviação geral. Os vôos fretados ocorrerão
somente nos fins de semana.
Até julho de 2007, eram 44.
Quem não está satisfeito com
o retorno das operações a Congonhas é a categoria dos controladores militares de tráfego
aéreo, formados pela Aeronáutica. Eles disseram que o impacto do retorno das conexões,
escalas e fretados será o aumento de vôos e de trabalho.
Oficiais da Força Aérea Brasileira afirmam que a volta das
operações no aeroporto ocorreu devido à pressão das companhias aéreas junto ao Ministério da Defesa e à Anac.
O motivo, de acordo com
eles, seria uma maior lucratividade, já que Congonhas concentra a maior parte dos passageiros dessas companhias.
Na época do anúncio da liberação, as empresas negaram ter
pressionado o ministério a rever sua política sobre o aeroporto de Congonhas.
Ontem, até as 18h, a TAM foi
a empresa aérea que mais teve
atrasos em todo o país. Dos 484
vôos, 68 atrasaram.
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