São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 2008

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1º dia da volta de escalas a Congonhas é tranqüilo

Aeroporto teve 14 vôos com atrasos acima de uma hora e 15 cancelamentos

Terminal ficou sete meses sem conexões, escalas e vôos fretados depois do acidente com Airbus da TAM, em julho passado

DA REPORTAGEM LOCAL

Após quase sete meses, Congonhas voltou a ser um centro de distribuição de vôos. Ontem, no primeiro dia da retomada das escalas, conexões e fretados, o aeroporto teve 14 vôos com atrasos acima de uma hora e 15 cancelamentos entre os 197 vôos programados das 6h às 22h. Apesar disso, não houve tumulto nem filas de passageiros para o embarque. As operações são encerradas às 23h.
O retorno das conexões foi publicado no início deste ano no Diário Oficial. O ministro Nelson Jobim havia proibido as escalas, conexões e vôos charter (ou fretados) no ano passado em resposta às dificuldades operacionais do aeroporto, que ficaram evidenciadas após o acidente com o Airbus da TAM, em 17 de julho do ano passado. A tragédia matou 199 pessoas após o avião sair da pista de Congonhas e bater num prédio da própria empresa.
Quando houve o anúncio da restrição, em 18 de agosto, Jobim afirmou que "Congonhas não é e não voltará a ser, em hipótese alguma, ponto de distribuição". O recuo do governo do presidente Lula quanto à restrição ocorreu em janeiro.

Prejuízo
Para o presidente do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), José Marcio Mollo, o governo errou ao retirar escalas e conexões de Congonhas porque a medida trouxe prejuízos às empresas.
O ministro, no entanto, negou que a volta das operações seria feita para corrigir um erro. "Naquele momento, a mudança se justificava, porque havia um caos e uma falta de ligação entre os órgãos."
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), responsável por regulamentar as companhias aéreas, informou que a volta das escalas, conexões e vôos fretados não implicará a alteração no número de slots -pousos e decolagens permitidos por aeroportos.
De acordo com a agência, serão mantidos 30 movimentos por hora para a aviação comercial e quatro para a aviação geral. Os vôos fretados ocorrerão somente nos fins de semana. Até julho de 2007, eram 44.
Quem não está satisfeito com o retorno das operações a Congonhas é a categoria dos controladores militares de tráfego aéreo, formados pela Aeronáutica. Eles disseram que o impacto do retorno das conexões, escalas e fretados será o aumento de vôos e de trabalho.
Oficiais da Força Aérea Brasileira afirmam que a volta das operações no aeroporto ocorreu devido à pressão das companhias aéreas junto ao Ministério da Defesa e à Anac.
O motivo, de acordo com eles, seria uma maior lucratividade, já que Congonhas concentra a maior parte dos passageiros dessas companhias.
Na época do anúncio da liberação, as empresas negaram ter pressionado o ministério a rever sua política sobre o aeroporto de Congonhas.
Ontem, até as 18h, a TAM foi a empresa aérea que mais teve atrasos em todo o país. Dos 484 vôos, 68 atrasaram.


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