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ADMINISTRAÇÃO
Confirmada projeção da prefeitura em lei enviada à Câmara, ano eleitoral deve ter o maior montante para obras
Marta prevê mais gastos com obras em 2004
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Confirmada projeção feita pela
Prefeitura de São Paulo em lei enviada à Câmara Municipal, a gestão Marta Suplicy (PT) reservará
uma receita recorde para investimento em 2004, o último da atual
administração e ano em que ela
deverá disputar a reeleição.
Pela projeção feita pela própria
prefeitura, a receita de investimento -reservada para obras e
aumento de capital de empresas
municipais, por exemplo- poderá chegar a R$ 1,93 bilhão no
ano que vem. O valor é R$ 318,7
milhões maior do que a receita de
investimento prevista para este
ano (R$ 1,61 bilhão) e 5,4 vezes o
gasto com esse tipo de despesa feito pelo governo petista em 2001
(R$ 355,7 milhões), o primeiro da
atual gestão.
Essas previsões e gastos já realizados estão contidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2004, enviada ao Legislativo
paulistano anteontem à noite.
"O montante de recursos para
investimento para 2004 é substantivo e não se repete nos anos
seguintes justamente porque estamos esperando uma entrada de
recursos decorrente da operação
de financiamento de transporte,
que está sendo acordada com o
BNDES", diz Leda Maria Paulani,
chefe da assessoria técnica da Secretaria das Finanças, sobre o aumento da receita para investimento em 2004.
Ela, no entanto, também admitiu que o aumento dessa receita
para o ano que vem decorrerá de
investimentos que serão feitos
com verbas próprias. "Há um
crescimento real da receita, que
abre espaço para as contrapartidas dos poucos empréstimos que
estamos autorizados a contratar."
Nova projeção
Pela lei enviada à Câmara, também é possível concluir que a prefeitura reprojetou a receita total
que espera para este ano. De R$
10,6 bilhões, o montante agora é
estimado em R$ 11,4 bilhões.
O aumento de receita prevista é
explicado pela administração, por
exemplo, pelo fato de receitas extras do IPTU não terem sido incluídas na Orçamento aprovado
no final do ano pelos vereadores e
devido ao aumento na arrecadação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) já verificada neste ano.
Como em outros anos, a LDO,
que terá de ser votada pelos vereadores antes do recesso de julho,
abre a possibilidade de haver mudanças em impostos municipais,
como o IPTU, e a criação de novas
taxas na cidade.
Por enquanto, é um mero cuidado, pois caso realmente decida
alterar impostos e criar taxas para
o ano que vem, a prefeitura não
poderá adotar essas medidas se
elas não estiverem previstas na
Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Até agora, a prefeita projeta um
crescimento de cerca de 5% em
sua receita tributária (com IPTU,
ISS e outros impostos municipais) em 2004 em relação à arrecadação prevista para este ano.
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