|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OURO PRETO EM CHAMAS
União, Estado e município afirmam que ações contra problemas da cidade estavam sendo tomadas
Governos se eximem de culpa por danos ao patrimônio
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Menos de 48 horas após um incêndio ter destruído um casarão
do século 18 no centro histórico
de Ouro Preto (MG), os três níveis
de governo (União, Estado e município) informaram que ações já
estavam sendo tomadas para enfrentar a sucessão de problemas
que envolvem a cidade, primeira
no país a ser considerada patrimônio cultural da humanidade.
Todos se eximem de culpa pelo
ocorrido na última segunda-feira
e falam em "coincidência" por divulgarem suas ações justamente
dois dias após o incêndio.
O Ministério da Cultura anunciou a liberação de R$ 37,6 milhões em investimentos para recuperação e preservação do patrimônio histórico, por meio do
programa Monumenta, realizado
com recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento)
e do governo federal.
A novidade, segundo o coordenador-geral do Monumenta,
Marcelo Ferraz, é a abertura de financiamento para imóveis tombados privados, ação prevista no
programa e que ainda não havia
sido implementada.
"É uma coincidência [a medida
ser anunciada agora", justamente
quando há um espelho do estado
geral do patrimônio histórico do
país", afirmou Ferraz. Dos R$ 16
milhões destinados aos imóveis
privados, R$ 12 milhões irão para
Ouro Preto. Segundo Ferraz, o dinheiro será emprestado a juros
baixos para estimular os proprietários a investirem na recuperação de seus imóveis.
Na semana passada, o secretário
de Cultura de Minas Gerais, Luiz
Roberto Nascimento Silva, divulgou o estabelecimento de um
convênio tripartite (entre União,
Estado e município) de R$ 12 milhões, para financiamento de
obras de saneamento e habitação
popular em Ouro Preto. "Não é
uma ação típica do patrimônio,
mas vai permitir desafogar o centro histórico", disse.
Em nota, a secretaria afirmou
que irá "ajudar" na reconstrução
do prédio destruído, mas o apoio
deverá ser técnico, já que o casarão é particular e possui seguro.
A prefeitura, criticada por não
dar suporte adequado para o
combate ao fogo -dos seis hidrantes, só um funcionou-, disse que fez um projeto para a construção de um novo sistema de
prevenção de incêndios, a pedido
dos bombeiros, orçado em cerca
de R$ 4 milhões. A prefeita Marisa
Xavier (PDT) afirmou que, por
falta de recursos, enviou o projeto
ao Ministério da Cultura, onde
aguarda aprovação para captação
de financiamento privado.
Texto Anterior: Polícia Rodoviária: Diretor é exonerado após denúncias de irregularidades Próximo Texto: Panorâmica - Feriado: Campos do Jordão espera 400 mil turistas Índice
|