UOL


São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OURO PRETO EM CHAMAS

União, Estado e município afirmam que ações contra problemas da cidade estavam sendo tomadas

Governos se eximem de culpa por danos ao patrimônio

THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Menos de 48 horas após um incêndio ter destruído um casarão do século 18 no centro histórico de Ouro Preto (MG), os três níveis de governo (União, Estado e município) informaram que ações já estavam sendo tomadas para enfrentar a sucessão de problemas que envolvem a cidade, primeira no país a ser considerada patrimônio cultural da humanidade. Todos se eximem de culpa pelo ocorrido na última segunda-feira e falam em "coincidência" por divulgarem suas ações justamente dois dias após o incêndio.
O Ministério da Cultura anunciou a liberação de R$ 37,6 milhões em investimentos para recuperação e preservação do patrimônio histórico, por meio do programa Monumenta, realizado com recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e do governo federal.
A novidade, segundo o coordenador-geral do Monumenta, Marcelo Ferraz, é a abertura de financiamento para imóveis tombados privados, ação prevista no programa e que ainda não havia sido implementada.
"É uma coincidência [a medida ser anunciada agora", justamente quando há um espelho do estado geral do patrimônio histórico do país", afirmou Ferraz. Dos R$ 16 milhões destinados aos imóveis privados, R$ 12 milhões irão para Ouro Preto. Segundo Ferraz, o dinheiro será emprestado a juros baixos para estimular os proprietários a investirem na recuperação de seus imóveis.
Na semana passada, o secretário de Cultura de Minas Gerais, Luiz Roberto Nascimento Silva, divulgou o estabelecimento de um convênio tripartite (entre União, Estado e município) de R$ 12 milhões, para financiamento de obras de saneamento e habitação popular em Ouro Preto. "Não é uma ação típica do patrimônio, mas vai permitir desafogar o centro histórico", disse.
Em nota, a secretaria afirmou que irá "ajudar" na reconstrução do prédio destruído, mas o apoio deverá ser técnico, já que o casarão é particular e possui seguro.
A prefeitura, criticada por não dar suporte adequado para o combate ao fogo -dos seis hidrantes, só um funcionou-, disse que fez um projeto para a construção de um novo sistema de prevenção de incêndios, a pedido dos bombeiros, orçado em cerca de R$ 4 milhões. A prefeita Marisa Xavier (PDT) afirmou que, por falta de recursos, enviou o projeto ao Ministério da Cultura, onde aguarda aprovação para captação de financiamento privado.


Texto Anterior: Polícia Rodoviária: Diretor é exonerado após denúncias de irregularidades
Próximo Texto: Panorâmica - Feriado: Campos do Jordão espera 400 mil turistas
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.