São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Advogado minimiza depoimento da mãe

Para defensor do pai e da madrasta de Isabella, afirmação de Ana Oliveira sobre envolvimento do casal com morte não é acusação

Sobre dificuldades de convivência, o advogado disse que, em geral, "as relações entre esposa e ex-esposa são difíceis"

DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL

A defesa do casal Alexandre Nardoni e Anna Jatobá tentou ontem minimizar o depoimento dado à polícia por Ana Oliveira, mãe de Isabella, sobre o suposto envolvimento do casal na morte da menina.
"Não vemos o testemunho da mãe de Isabella como uma acusação formal. Todas as pessoas que estiveram presentes no local [edifício London] após a queda podem ser consideradas envolvidas na situação", disse Marco Polo Levorin, que lidera o trio de advogados do casal.
Quanto ao relato da mãe de Isabella sobre os problemas de convivência com Anna Jatobá, o advogado disse que, em geral, "as relações entre esposa e ex-esposa são difíceis".
Para Levorin, "é preciso levar em consideração o histórico de quase seis anos de relação entre Isabella, Alexandre, Anna Jatobá e os irmãos da criança, no qual não há notícias de agressões contra a menina".
A defesa do casal afirma, desde o início do caso, em 29 de março, que os clientes deles não tiveram participação no crime que vitimou Isabella.

Protocolo
Os advogados de Nardoni e Anna Jatobá protocolaram ontem uma petição no 2º Tribunal do Júri de Santana (zona norte de SP) para pedir a ampliação nas investigações.
O documento formaliza a estratégia de desqualificar os argumentos da polícia de que o casal foi o autor do crime.
Levorin não revelou detalhes do pedido, mas relatou que ele tem relação com a "vulnerabilidade" do prédio onde Isabella foi arremessada do 6º andar e "distorções" nas investigações.
Essa petição foi uma das primeiras medidas tomadas após os dois dias de reunião entre advogados e família para traçar estratégias de defesa.
Segundo a Folha apurou, a defesa alegará que a polícia falhou na apuração e que essas falhas prejudicaram a produção de prova em favor do casal.
Os advogados têm reunido declarações de delegados e promotores a fim de mostrar que desde o início há uma predisposição contra o casal.
Outra linha, já em execução, é levar para depor o maior número de testemunhas que, dizem, possam demonstrar ser possível ter havido uma terceira pessoa no local do crime.
A defesa também vai enfatizar a informação dada por um pedreiro (de um sobrado em obras nos fundos do edifício) de que um portão foi arrombado na noite do crime.
Ontem, a Folha informou que a polícia está convicta de que Nardoni jogou a filha após a madrasta ter tentado asfixiá-la. A defesa nega. Argumenta que os laudos periciais não estão concluídos.


Texto Anterior: Pai e irmã de Nardoni irão depor no sábado
Próximo Texto: Leia a íntegra do depoimento de Ana Carolina, a mãe de Isabella
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.